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Mostrando postagens de 2007

A VILA DE PARACATU NA VISÃO DE UM VIAJANTE ESTRANGEIRO

 Por José Aluísio Botelho Aproveitando o ensejo por ocasião do aniversário de Paracatu neste mês de outubro, estabelecido oficialmente a partir da data de sua elevação à vila em 1799, através de Alvará de Rainha Dona Maria I, de Portugal, veremos como era a vila nas primeiras décadas do século dezenove, sob o olhar arguto de um observador estrangeiro daquele tempo. Auguste de Saint – Hilaire (1799 – 1853) notável naturalista e botânico francês que viajou pelo Brasil entre 1816 e 1822, reuniu durante suas viagens um riquíssimo acervo de dados referentes à História Natural, realizando inúmeras pesquisas de interesse para a Geografia, a História e a Etnografia. Esteve na Vila de Paracatu do Príncipe em maio de 1819, onde permaneceu por cerca de duas semanas. Observador arguto que era não deixou de fazer suas anotações sobre a vila e que transcrevemos alguns trechos ilustrativos sobre suas peculiaridades à época de sua estada no lugar. Diz ele “A cidade de Paracatu ocupa apenas um

O MISTERIOSO DR. PARACATU - PARTE II

Por José Aluísio Botelho No artigo “Almanaque Paracatuense”, escrito e enviado em abril deste ano (vide em arquivos), fizemos um resumo da história do misterioso Dr. Paracatu e a morte do Dr. Cláudio Manoel da Costa encontrado enforcado no dia 4 de junho de 1789, na prisão a que fora recolhido, como partícipe da Inconfidência Mineira. Na ocasião ele fora examinado por dois cirurgiões, Caetano José Cardoso e Manoel Fernandes Santiago, e, sabia-se que um deles tinha o apelido de Dr. Paracatu, e que, justamente este, confidenciara a um amigo a notícia de que o Dr. Cláudio fora assassinado e não suicidara como rezava o auto de corpo de delito. Perguntávamos à época qual deles seria o Dr. Paracatu e qual a relação que teria com o então Arraial de São Luiz e Santana de Paracatu. Pois bem, fomos encontrar a resposta nos “Anais da Biblioteca Nacional, ano1943, vol. 65, págs.183 e seguintes, em artigo sobre a Inconfidência mineira”. Lá, constatamos que o Dr. Paracatu era na verdade o cir

OS IMPOSTOS NA PARACATU COLONIAL

Por José Aluísio Botelho Ontem como hoje, a voracidade do estado para arrecadar cada vez mais com o objetivo de cobrir suas despesas perdulárias, tributando o setor produtivo e os cidadãos com uma parafernália de impostos e taxas, criando um modelo que nenhum governante brasileiro conseguiu ou não quis modificar, superalimentando o estado à custa de quem trabalha. No Brasil colônia, também a criatividade para arrecadar não furtava a regra. Na época já existiam as contribuições voluntárias, como por exemplo, para pagar o dote das princesas na ocasião de seus casamentos; o subsídio, dito literário, para remunerar os professores e o custeio do ensino público, que incidia sobre a carne e a aguardente. Essa arrecadação era precária, assim como o salário dos professores, que ficavam muito tempo sem receber e eram muito baixos; o dízimo, cuja taxação era de 10% sobre os bens das pessoas e também sobre a produção, e que era a maior fonte de renda da Coroa portuguesa. Também havia o quinto, que

DONA BEJA E OS BOTELHOS DE PARACATU

Por José Aluísio Botelho   Muito se tem falado no âmbito familiar e fora dele, acerca de possível parentesco consanguíneo ou por afinidade entre Dona Beja e a família Botelho de Paracatu, ao longo de décadas. Essa dúvida, real ou proposital trazida pelos mais velhos, receosos da veracidade do parentesco com a mitológica personagem da história de Araxá, e que levou um dos nossos velhos tios, já falecido, a dizer peremptoriamente certa vez: “Eu não sou parente de uma cortesã”, persiste até os dias atuais. Ana Jacinta de São José, a mitológica Dona Beja, nasceu em Formiga, Minas Gerais, por volta de 1800, filha natural de Maria Bernarda dos Santos e de pai ignorado. Para saber mais: clique na imagem abaixo para adquirir o livro na Amazon.com Clique aqui para visualizar uma prévia do livro.   Brasília, agosto de 2007.

OUVIDOR FRANCISCO GARCIA ADJUTO

Por José Aluísio Botelho MAGISTRATURA E POLÍTICA O Dr. Francisco Garcia Adjuto, bacharel em Direito Canônico pela Universidade de Coimbra em 1808 (vide abaixo), habilitou-se para os Lugares de Letras, obrigatório para o exercício da Magistratura no Reino Português, em 14 de novembro de 1809 (1). A partir de então exerceu cargos no judiciário de Lisboa no decorrer da década de 1810. Não sabemos a data exata de sua vinda para o Brasil, mas, em 13 de maio de 1821 foi nomeado ouvidor geral de Vila Rica (Ouro Preto). Contudo, diante das incertezas políticas que antecederam a independência do Brasil, em 18 de novembro do mesmo ano de 1821, ele é suspenso do cargo com as justificativas de “não haver jurado a para saber mais: Clique na imagem abaixo para adquirir o livro na Amazon.com Clique aqui para visualizar uma prévia do livro.

FESTA DE ACLAMAÇÃO DE DOM JOÃO VI EM PARACATU ( 1817)

Por José Aluísio Botelho Ao analisarmos um ofício enviado pela câmara de vereadores de Paracatu ao Governador da Capitania Manuel de Portugal e Castro, comunicando as festividades ocorridas na Vila por ocasião da aclamação de D. João VI, como rei de Portugal, após a morte de sua mãe D. Maria I, em abril de 1817, deparamos com elementos preciosos para compreendermos a sociedade colonial local da época, através de suas manifestações culturais, religiosas e profanas. A notícia chegou à Vila em 20 de dezembro de 1816, porém os festejos só foram realizados entre os dias quatro e dezesseis de abril de 1817, pois as festas duraram doze dias ininterruptos. A boa nova foi anunciada “tão logo se patenteou o ofício”, “procedeu-se a publicar a faustíssima notícia da aclamação Régia de Nosso Augustíssimo e Amabilíssimo Soberano que se havia celebrar no dia designado”, por meio de um bando (aviso) lançado ao som de “caixas e instrumentos militares”. “Uma guarda Miliciana puxada por um Tenente,

GENERAL ARMANDO CAVALCANTI - COSTADOS PARACATUENSES

Por José Aluísio Botelho Um dos grandes da MPB Armando Cavalcanti de Albuquerque desde a infância mostrou interesse pela música, mas, talvez influenciado pelo pai, seguiu a carreira militar e foi reformado como General. Considerado um dos expoentes do grupo dos capitães da música popular brasileira, jovens oficiais do Exército nos anos de 1950 e 60 dedicados à MPB. Na década de 1940, começa sua carreira musical e em parceria com Klécius Caldas cria canções de grande sucesso na época e também nas décadas seguintes. A maioria de suas composições foi em parceria com Klécius Caldas, sendo que a primeira “O velho bar”, foi lançada por Francisco Alves e gravada por Helena de Lima. De sua vasta obra musical, seus maiores sucessos foram a canção “Feliz natal” e as marchas “Maria candelária”; “Maria escandalosa”; “A lua é dos namorados”; “A lua é camarada”; “Cigarro de paia”; “Boiadeiro”; “Máscara da face”; “Piada de salão” e “Somos dois”. Gravaram suas canções, dentre outros, Francisco Alv

ALMANAQUE PARACATUENSE

Por José Aluísio Botelho O MISTERIOSO DR. PARACATU – Em companhia de el-rei D. João VI emigrou para o Brasil um ilustre e velho fidalgo português, morgado de Sá, chamado Francisco Joaquim Moreira de Sá. Esse fidalgo tinha uma grande fazenda em Minas, no lugar intitulado Santo Antônio do Rio Abaixo. Uma vez chegado ao Brasil, em vez de, como muitos outros, constituir-se pensionista do rei, tratou de retirar – se para lá. Era muito influente no Paço, parente de Ministro e foi altamente recomendado para Minas. Em consequência disso, sua casa tornou – se o ponto de reunião da elite da sociedade mineira de então. Um dos que mais a frequentavam era um cirurgião conhecido pela alcunha de “Paracatu”. Todos o supunham brasileiro nato, mas nascera em Portugal. Quando o Dr. Cláudio Manoel da Costa, poeta e inconfidente apareceu morto na prisão, foi incumbido de realizar o corpo de delito. Fê-lo conscientemente, declarando que o morto não tinha suicidado, e sim havia sido assassinado. N

OS ULHÔAS DE PARACATU E OS CRISTÃOS NOVOS

Por José Aluísio Botelho INTRODUÇÃO - O sobrenome Ulhoa inicia em Paracatu, quando da chegada no último quartel do século dezoito, do então jovem militar de baixa patente Sancho Lopes de Ulhoa para servir no batalhão de caçadores do regimento de infantaria de milícias da jovem vila que florescia no noroeste mineiro. Lá, progrediu na hierarquia militar, alcançando a patente de tenente coronel; fixou-se no distrito do Rio Preto (atual Unaí), edificou sua fazenda das Lages,  aonde criou seus filhos. Para saber mais: clique na imagem abaixo para adquirir o livro na Amazon.com Clique aqui para visualizar uma prévia do livro.

MULHERES PARACATUENSES

Por José Aluísio Botelho ANA DE CASTRO BELISÁRIO SOARES DE SOUSA PEÇANHA Neta de um paracatuense ilustre, Dr. Bernardo Belizário Soares de Sousa, nascido em 1798, Desembargador e Conselheiro do Império. Passou à história como Anita Peçanha, ao casar-se em 08 de dezembro de 1895 no Rio de Janeiro, com o Dr. Nilo Peçanha; Anita nasceu em Campos dos Goitacazes, filha do Dr. João Belizário Soares de Sousa e de Ana Rachel Ribeiro de Castro. Seu avô Bernardo era irmão do Dr. José Antônio Soares de Sousa, nascido em Paracatu em 1777, médico formado em Paris em 1809 e pai do Visconde do Uruguai. Era pelo lado paterno parente próxima, em Paracatu, do Comendador Joaquim Pimentel Barbosa, tronco de diversas famílias paracatuenses. Pela parte materna era neta do Visconde de Santa Rita, Comendador José Ribeiro de Castro. Foi, portanto, rebento da mais orgulhosa aristocracia Campista fluminense. Entroncava também com os Álvares de Azevedo e Macedo Soares, das melhores linhagens brasilei

FAZENDAS ANTIGAS DE PARACATU E SEUS PRIMITIVOS DONOS

Por José Aluísio Botelho 1 - SÍTIO DO ESCURO - Sesmaria concedida em 1759 ao Português João Jorge Portela e sua mulher Josefa Barbosa de Moura e Almeida. Desse casal, descendem pelo ramo materno, os Pimentéis Barbosa e Soares de Sousa; 2 - FAZENDA DO FUNDÃO - Sesmaria adquirida por João de Melo Franco em 1762, distante cerca de dez léguas de Paracatu, na chapada do São Marcos. Em 1819, segundo Pohl, se encontrava em ruínas. Passou à descendência; 3 - FAZENDA CÓRREGO RICO - Foi seu primitivo dono Joaquim de Melo Albuquerque( Seu Melo), falecido em 1880. Era filho do pernambucano Joaquim de Albuquerque e de Ana de Melo Franco; 4 - FAZENDA CAETANO - Pertenceu ao casal Manoel Caetano de Moraes e Joana Maria de Moura e anos mais tarde ao Dr. Sérgio Ulhôa; 5 - FAZENDA MOURA - Foi seu primitivo dono Romão de Moura, que se mudou para o Vão do Paranã, em Goiás, onde deixou numerosa descendência. Posteriormente, passou a ser propriedade do Coronel Fortunato Jacinto da Silva Botelho e seus d