Pular para o conteúdo principal

LISTA DE ELEITORES PAROQUIAIS EM PARACATU NO ANO DE 1847



Por José Aluísio Botelho

Em 1847, fazia sete anos que Paracatu se tornara cidade, elevada que foi em 1840 a essa categoria administrativa.
Ainda vigia a lei eleitoral de 1824, em que as eleições nas cidades e vilas se realizavam no interior das igrejas, responsável, através de seus párocos ou sacerdotes em elaborar as listas dos eleitores aptos a votar em suas freguesias. Essas eleições eram presididas pelo juiz ordinário, sob o olhar atento do chefe da igreja local e administradas pelo juiz de paz eclesiástico, que mandava publicar e afixar nas portas da igreja matriz, e das capelas filiais dela, a referida lista geral de todas as pessoas da mesma paróquia, que tinham direito de votar. Os que não compareciam e não justificavam a ausência, eram multados em 10 mil réis.

Pois bem, naquele ano de 1847, realizaram-se eleições em Paracatu, no âmbito da igreja do Amparo (que atualmente não existe mais), que servia de matriz. (nota: na ocasião, a matriz de Santo Antonio se encontrava em obras). A cidade à época estava dividida em 25 quarteirões, como se pode depreender do documento que compulsamos, assim como, de suas capelas filiais, sendo os indivíduos nominados por cada quarteirão, de acordo com a idade, estado civil e profissão. A lista que ora pretendemos divulgar neste blog, através de um link do Arquivo Público Mineiro, se refere aos eleitores que estando aptos a votar, não cumpriram com suas obrigações eleitorais, e por esse motivo foram relacionados, para serem punidos com multas, posteriormente, após analisadas as justificativas de ausências. 
Por fim, após uma análise das pessoas contidas na lista, nota -se que muitos deles eram nascidos ainda no século dezoito, mas, a grande maioria nascidos nas primeiras décadas do século dezenove, acima de 25 anos, ou seja, aptos a votar de acordo com a idade. Deles descendem quase todos os paracatuenses natos da atualidade.

Aos interessados em encontrar familiares antepassados viventes em Paracatu no século dezenove, disponibilizamos o link abaixo:

 http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/cmpdocs/photo.php?lid=1457

Ao acessar é só seguir clicando a partir do Nº 15 e números subsequentes para visualização das imagens.
Atenção: sugerimos a função "Tela Cheia" para melhor visualização com apresentação de slides. 



Fonte: Arquivo Público Mineiro -
 Câmara Municipal de Paracatu

Título Auto de eleições paroquiais
Notação Atual -  CMP-09
Data 1821 - 1847
Local Paracatu

Comentários

Postagens mais visitadas

DONA BEJA E AS DUAS MORTES DE MANOEL FERNANDES DE SAMPAIO

Por José Aluísio Botelho A história que contaremos é baseada em fatos, extraídos de um documento oficial relativo a um processo criminal que trata de um assassinato ocorrido na vila de Araxá em 1836. O crime repercutiu no parlamento do império no Rio de Janeiro, provocando debates acalorados entre os opositores do deputado e ex-ministro da justiça, cunhado do acusado, como se verá adiante. Muitos podem perguntar porque um blog especializado em genealogia paracatuense, está a publicar uma crônica fora do contexto? A publicação deste texto no blog se dá por dois motivos relevantes: primeiro, pela importância do documento, ora localizado, para a história de Araxá como contraponto a uma colossal obra de ficção sobre a personagem e o mito Dona Beja, que ultrapassou suas fronteiras se tornando de conhecimento nacional. Em segundo lugar, porque um dos protagonistas de toda a trama na vida real era natural de Paracatu, e, portanto, de interesse para a genealogia paracatuense, membr

FAZENDAS ANTIGAS, SEUS DONOS E HERDEIROS EM PARACATU - 1854 E 1857.

Por José Aluísio Botelho                A LEI DE TERRAS DE 1850 Desde a independência do Brasil, tanto o governo imperial, como os governos republicanos apresentaram inúmeros projetos legislativos na tentativa de resolver a questão fundiária no Brasil, bem como regularizar as ocupações de terras no Brasil. A lei da terra de 1850 foi importante porque a terra deixou de ser um privilégio e passou a ser encarada como uma mercadoria capaz de gerar lucros. O objetivo principal era corrigir os erros do período colonial nas concessões de sesmarias. Além da regularização territorial, o governo estava preocupado em promover de forma satisfatória as imigrações, de maneira a substituir gradativamente a mão de obra escrava. A lei de 1850, regulamentada em 1854, exigia que todos os proprietários providenciassem os registros de suas terras, nas paróquias municipais. Essa lei, porém, fracassou como as anteriores, porque poucas sesmarias ou posses foram legitimadas, e as terras continuaram a se

SUBSÍDIOS GENEALÓGICOS: OS COSTA PINTO - UM TRONCO

Por José Aluísio Botelho Colaborou Eduardo Rocha Família pioneira no arraial do ouro, formadora da elite local e que floresceu durante o decorrer do século XIX. Iniciou-se com as uniões de João da Costa Pinto e D ona Domingas Rodrigues da Conceição, e do coronel Antonio José Pereira** e dona Maria Tereza de Castro Guimarães. Desses casais, nasceram dentre outros, Antonio da Costa Pinto e dona Francisca Maria Pereira de Castro, que se casaram no milésimo do século XVIII. *Nota: o coronel Antonio José Pereira foi administrador dos Dízimos entre 1789 e 1807; faleceu em 1812. O coronel Antonio da Costa Pinto nasceu em Paracatu por volta de 1775 e aí faleceu a 06 de agosto de 1827. Na política local foi aliado dos Pimentéis Barbosa, tendo sido ouvidor interino da vila de Paracatu do Príncipe em 1820, época de grandes turbulências na política local, bem assim em todo o Brasil, precedendo a independência. Deixou grande fortuna: Olímpio Gonzaga, que parece ter tido acesso ao inventári

FAMÍLIA GONZAGA

Por José Aluísio Botelho FAMÍLIA GONZAGA – TRONCO DE PARACATU Essa família iniciou-se em 1790, pelo casamento do Capitão Luiz José Gonzaga de Azevedo Portugal e Castro, fiscal da fundição do ouro em Sabará – MG, em 1798, no Rio de Janeiro, com Anna Joaquina Rodrigues da Silva, natural do mesmo Rio de Janeiro, e tiveram oito filhos, listados abaixo: F1 – Euzébio de Azevedo Gonzaga de Portugal e Castro; F2 – Platão de Azevedo Gonzaga de P. e Castro; F3 – Virgínia Gonzaga; F4 – Florêncio José Gonzaga; F5 – VALERIANO JOSÉ GONZAGA; F6 – Luiz Cândido Gonzaga; F7 – José Caetano Gonzaga; F8 – Rita Augusta Gonzaga. F5 - Valeriano José Gonzaga, natural de Curvelo,Mg, nascido em 21.07.1816 e falecido em 1868 em Paracatu, casou em 21.07.1836, com Felisberta da Cunha Dias, nascida em 15.08.1821 e falecida em 10.08.1910, natural de Curvelo; foi nomeado Tabelião de Paracatu, tendo mudado para o lugar em 1845, aonde tiveram os filhos: N1 - Eusébio Michael Gonzaga, natural de

LIVRO DE GENEALOGIA PARACATUENSE

Apresentamos aos nossos leitores, em formato impresso e também no e-book, livro que conta de maneira resumida a história de Paracatu, bem como a genealogia da família Botelho e suas alianças com as principais troncos familiares que lá fincaram raízes, bem como as trajetórias de ascensão social, política e econômica desses grupos familiares hegemônicos. Clique na imagem abaixo para adquirir o livro na Amazon.com Clique aqui para visualizar uma prévia do livro.

SÉRIE - PIONEIROS DO ARRAIAL DO OURO 8: OS BATISTA FRANCO

José Aluísio Botelho                  Eduardo Rocha  Mauro César da Silva Neiva Família originada no norte de Minas Gerais. Um pouco de história: em 1729, o governador da Bahia foi comunicado