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LARGOS E PRAÇAS: UM PASSEIO PELAS RAÍZES NA PARACATU IMEMORIAL

 POR JOSÉ ALUÍSIO BOTELHO Introdução Descobrindo Raízes nos Largos e Praças do Brasil Colonial Bem-vindo a uma jornada pelas ruas e memórias das cidades coloniais brasileiras! Neste conjunto de ensaios, exploramos os largos e praças que foram o coração pulsante de nossa história, desde os arraiais coloniais até as cidades modernas. Esses espaços, onde nossos antepassados se encontravam, negociavam e celebravam, são mais do que cenários históricos — são janelas para sua árvore genealógica. Começamos com um panorama das cidades coloniais, onde largos e rossios moldaram a vida social. Em seguida, mergulhamos na transformação desses espaços em praças modernas no século XIX, uma mudança que reflete a evolução do Brasil. Por fim, trazemos a história para perto, com os largos e praças de Paracatu, Minas Gerais, uma cidade que guarda as memórias de gerações. Genealogista, prepare-se para imaginar seus antepassados nesses locais e descobrir pistas para sua história familiar! Ensaio ...

PARACATU: UM MICROCOSMO DO CAPITALISMO SERTANEJO

Por José Aluísio Botelho Contexto Histórico:  "A história é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida." (Cícero) Modernização Comercial e Práticas de Mercado em Paracatu (Século XIX) A modernização das relações comerciais e a transformação das práticas mercantis, alinhadas ao desenvolvimento do capitalismo, desdobraram-se de maneira lenta, progressiva e heterogênea pelo território brasileiro, conformando-se às particularidades regionais. Enquanto nos grandes centros urbanos do Império — como Rio de Janeiro, São Paulo e Recife — despontavam, já nas décadas de 1830 e 1840, bancos comerciais e sociedades mercantis capazes de fomentar as economias locais e interioranas, os sertões brasileiros mantinham uma dinâmica distinta. Nesses rincões, imperavam comerciantes abastados que monopolizavam o fluxo de gêneros e atuavam como agentes financeiros informais, os chamados capitalistas. Em Paracatu, cidade situada no noroeste mineiro, a ausência de sociedade...

ANTÔNIO FELIZARDO DE OLIVEIRA - UM TESTAMENTO INUSITADO

Por José Aluísio Botelho CONTEXTO HISTÓRICO O testamento de Antônio Felizardo de Oliveira, redigido em 7 de dezembro de 1848, de próprio punho, não foge à regra dos documentos testamentários daquele tempo. Nele, o testador declara sua fé católica, cuidando da salvação da alma ao determinar a quantidade de missas a serem celebradas por sua alma, pelos pais e outros, além de orientar o ritual de seu enterro. Declara também sua naturalidade e nacionalidade, seus “parcos” bens e, como não teve herdeiros legítimos, reconhece suas duas filhas naturais, instituindo-as como suas herdeiras universais. Além disso, concede liberdade a seu único e fiel escravo, legando-lhe bens de trabalho e roupas. Antônio Felizardo de Oliveira não era filho de Paracatu, mas sim natural de Piranga/Guarapiranga, região de Ouro Preto/Mariana. Estabeleceu residência na então Vila de Paracatu do Príncipe em maio de 1800, onde viveu por longos cinquenta e dois anos, até seu falecimento em 1852. O aspecto inusita...

CAPITÃO BELCHIOR JOSÉ DE CAMPOS - HOMEM BRUTO DO SERTÃO

  POR JOSÉ ALUÍSIO BOTELHO CONTEXTO HISTÓRICO Testamento registrado em 1827, reflete as práticas religiosas, sociais e econômicas da época. Melchior (ou Belchior) José de Campos era um homem bruto do sertão situado nos fundos da Capitania de Minas Gerais, morador que foi no vão do rio Urucuia, então comarca de Paracatu, que abarcava uma extensa região de grandes latifúndios de pecuária extensiva, relativamente desabitada, e abrangia os termos da Vila Risonha de São Romão (belo nome), Morrinhos (Arinos), Vila de Buritis com divisa com a Vila dos Couros (Formosa), Capitania de Goiás. O documento nos mostra sobre as relações familiares, o uso de mão de obra escrava (fábrica de escravos: no decorrer do inventário há a citação do escravo reprodutor) e a estrutura patrimonial da época, assim como a influência da religião católica nos rituais de morte e distribuição da herança, características da sociedade mineira do século XVIII e XIX. Revela, ainda, a estrutura de uma sociedade colonial...

TESTAMENTO DO DR. BERNARDO DE MELLO FRANCO - UMA PEÇA LITERÁRIA OU UMA HISTÓRIA DE VIDA?

POR JOSÉ ALUÍSIO BOTELHO   CONTEXTO HISTÓRICO O Testamento de Bernardo de Mello Franco, redigido em 1878 na cidade de Paracatu, Minas Gerais, ilustra a vida e a estrutura social da cidade mineira no último quartel do século XIX. Nesse tempo, o Brasil ainda vivia os estertores da monarquia e contava com uma sociedade marcada por grandes propriedades rurais, onde a sucessão de bens era cuidadosamente planejada para manter a coesão familiar e econômica. Paracatu, vinda da época áurea do ouro, se tornara uma região agrícola e influente em Minas Gerais, tinha como característica famílias tradicionais que preservavam valores religiosos e laços patrimoniais fortes. O Dr. Bernardo de Mello Franco, de origem rústica e formação em ciências médicas na Europa, elaborou seu testamento detalhadamente, com certo teor filosófico e, às vezes, com um discurso político-partidário, e até certo romantismo, revelando preocupações típicas de seu tempo. Em primeiro lugar, ele expressa uma fé católica prof...