Pular para o conteúdo principal

ESTUDANTES DE PARACATU NO COLÉGIO DO CARAÇA - SÉCULO XIX

Por José Aluísio Botelho
O Educandário do Caraça foi criado em 1820, localizado no hoje município de Catas Altas, Minas Gerais. Após a Independência do Brasil, tornou-se um Colégio Imperial, administrado pelos padres Lazaristas, famoso pela sua excelência acadêmica, teve ao longo de sua existência mais de dez mil alunos, oriundos de todas as regiões do Brasil, notadamente de Minas Gerais. Era um colégio de formação secundária que recebia alunos entre dez e doze anos de idade, em regime de internato. O curso tinha a duração média de sete anos, preparando seus alunos para ingresso nos cursos superiores existentes no Brasil à época. Por lá passaram alunos que se tornaram notáveis em suas áreas do saber como médicos, engenheiros e advogados.
Na política, lá estudaram nada menos que três Presidentes da República – Afonso Pena, Arthur Bernardes e Delfim Moreira. Nesse universo de mais de dez mil alunos, o número de estudantes de Paracatu no Colégio de Caraça, foi irrisório, se compararmos com o numero de outras cidades de igual porte. Não sabemos especificar a causa de número tão pequeno, talvez a distancia e as dificuldades de locomoção da época, e ou porque Paracatu possuía desde as primeiras décadas do século XIX, uma escola secundária de ótima qualidade, com professores ilustres e qualificados.
No site oficial do Caraça, há extensa lista de ex-alunos, entre 1856 e 1911, entre os quais os de Paracatu, relacionados abaixo:
1858
1 – Antônio Carneiro de Abreu, nascido a 05 de fevereiro de 1840;
Entrou a 08 de junho de 1858 e saiu a 30 de junho de 1862;
2 – João Carneiro de Abreu, nascido a 10 de abril de 1849;
Saiu a 30 de agosto de 1865;
3- Melchior Carneiro de Abreu, nascido a 31 de janeiro de 1844;
Saiu a 30 de junho de 1864.
Nota – eram irmãos e filhos de Antônio de Abreu Castelo Branco.
1860
4 – João Orosimbo Carneiro Franco, nascido a 02 de fevereiro de 1848;
Entrou a 12 de setembro de 1860 e saiu a 28 de julho de 1864;
5 – Melchior Tilasco Carneiro Franco, nascido em junho de 1849;
Saiu a 28 de julho de 1864.
Eram irmãos e filhos de Francisco de Paula Carneiro de Mendonça Franco.
1878
6- Francisco Cordeiro de Campos Valadares, 20 anos.
1880
7 – Francisco de Assis Adjuto, 19 anos, referido como órfão.
1881
8 – Antônio Loureiro Gomes Junior, nascido a 27 de março de 1865;
Entrou a 25 de fevereiro de 1881 e saiu em 30 de junho de 1862.
1882
9 – Abílio José de Souza Camargos, nascido a 31 de agosto de 1868;
Filho de José Alves de Souza Camargos.
1885
10 – José Elísio de Souza Camargos, filho de José Alves de Souza Camargos.
1886
11 – Mário de Campos Silva, filho de Francisco Alves de Souza e Silva.
1887
12 – Augusto Paranhos da Costa Porto, neto de Ricardo Serafim da Costa Porto;
13 – Amador Carneiro de Abreu;
14 – Theotônio Pereira da Silva Vilela, filho de Antônio Pereira da Silva Vilela.
1883
15 – Pedro de Siqueira Tôrres, filho de Luiz Vieira de Siqueira Tôrres.
Nascido em junho de 1871.
Alguns estudaram abaixo da média de sete anos, outros não concluíram o curso, e um deles evadiu-se do colégio.
Fonte: site oficial do Caraça – www.santuariocaraca.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas

DONA BEJA E AS DUAS MORTES DE MANOEL FERNANDES DE SAMPAIO

Por José Aluísio Botelho A história que contaremos é baseada em fatos, extraídos de um documento oficial relativo a um processo criminal que trata de um assassinato ocorrido na vila de Araxá em 1836. O crime repercutiu no parlamento do império no Rio de Janeiro, provocando debates acalorados entre os opositores do deputado e ex-ministro da justiça, cunhado do acusado, como se verá adiante. Muitos podem perguntar porque um blog especializado em genealogia paracatuense, está a publicar uma crônica fora do contexto? A publicação deste texto no blog se dá por dois motivos relevantes: primeiro, pela importância do documento, ora localizado, para a história de Araxá como contraponto a uma colossal obra de ficção sobre a personagem e o mito Dona Beja, que ultrapassou suas fronteiras se tornando de conhecimento nacional. Em segundo lugar, porque um dos protagonistas de toda a trama na vida real era natural de Paracatu, e, portanto, de interesse para a genealogia paracatuense, membr...

REIS CALÇADO - UMA FAMÍLIA JUDIA NA PARACATU DO SÉCULO XVIII

Por José Aluísio Botelho  Eduardo Rocha Mauro Cézar da Silv a Neiva   Família miscigenada, de origem cristã nova pela linha agnata originária do Ceará . Pois

GUARDA-MOR JOSÉ RODRIGUES FRÓES

Por José Aluísio Botelho             INTRODUÇÃO  Esse vulto que tamanho destaque merece na história de Paracatu e de  Minas Gerais, ainda precisa ser mais bem estudado. O que se sabe é que habilitou de genere em 1747 (o processo de Aplicação Sacerdotal se encontra arquivado na Arquidiocese de São Paulo), quando ainda era morador nas Minas do Paracatu, e embora fosse comum aos padres de seu tempo, aprece que não deixou descendentes*. Que ele foi o descobridor das minas do córrego Rico e fundador do primitivo arraial de São Luiz e Santana das Minas do Paracatu, não resta nenhuma dúvida. De suas narrativas deduz-se também, que decepcionado com a produtividade das datas minerais que ele escolheu, por direito, para explorar, abandonou sua criatura e acompanhou os irmãos Caldeira Brandt, que tinham assumido através de arrematação o 3º contrato de diamantes, rumo ao distrito diamantino. Documento de prova GENEALOGIA  ...

FAZENDAS ANTIGAS, SEUS DONOS E HERDEIROS EM PARACATU - 1854 E 1857.

Por José Aluísio Botelho                A LEI DE TERRAS DE 1850 Desde a independência do Brasil, tanto o governo imperial, como os governos republicanos apresentaram inúmeros projetos legislativos na tentativa de resolver a questão fundiária no Brasil, bem como regularizar as ocupações de terras no Brasil. A lei da terra de 1850 foi importante porque a terra deixou de ser um privilégio e passou a ser encarada como uma mercadoria capaz de gerar lucros. O objetivo principal era corrigir os erros do período colonial nas concessões de sesmarias. Além da regularização territorial, o governo estava preocupado em promover de forma satisfatória as imigrações, de maneira a substituir gradativamente a mão de obra escrava. A lei de 1850, regulamentada em 1854, exigia que todos os proprietários providenciassem os registros de suas terras, nas paróquias municipais. Essa lei, porém, fracassou como as anteriores, porque pouca...

OS SANTANA DE PARACATU - MG

Por José Aluísio Botelho Eduardo Rocha Mauro Albernaz Neiva Família iniciada em Paracatu com a união do tenente Joaquim José de Santana e Dona Maria Peixoto. Não descobrimos se eram casados, em que data se deu o possível enlace, ou se viveram em concubinato. Joaquim José de Santana, possivelmente era natural de Barbacena; Maria Peixoto, nascida na Ribeira do Januário, região rural de Paracatu. Filho descoberto: 1 Capitão João José de Santana, nascido por volta de 1814, pouco mais ou menos, exposto em casa de Antônio de Brito Freire; foi criado e educado com esmero por Dona Florência Maria de Santana, esposa de Antônio; tornou-se um rico capitalista, comerciante na Rua do Calvário e fazendeiro; foi vereador do município; falecido em 4 de abril de 1895 em idade provecta. Esparramado genearca, casou três vezes, deixando 14 filhos dos três leitos. Com Luíza de Jesus de Afonseca Costa, nascida em 21/06/1816 e falecida em 9/6/1873, filha de Antônio Joaquim da Costa, falecido em...

Adquira aqui os nossos livros publicados

Clique na imagem abaixo para adquirir o livro Os Botelhos de Paracatu: percursos de uma linhagem nos sertões de Minas (versão usada): Clique na imagem abaixo para adquirir o livro  Gente de Paracatu: registros genealógicos das famílias Que povoaram o Vale Do Paracatu (versão nova):