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MESTRE DE CAMPO MANUEL NUNES VIANA - CONTRIBUTO À GENEALOGIA DO SERTÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Por José Aluísio Botelho

Manoel Nunes Viana foi um personagem lendário que viveu em Minas Gerais no período colonial, retratado em vasta literatura histórica, que estuda a trajetória deste português nos sertões mineiros, notadamente, no norte de Minas, às margens direita do Rio São Francisco em direção dos currais da Bahia e Pernambuco. Na Web, encontra-se uma profusão de narrativas a seu respeito e a seus feitos, sendo que algumas delas são eivadas de episódios épicos sem nenhuma comprovação documental, dando ao personagem epítetos mitológicos.
Manoel Nunes Viana veio para o Brasil na última década do século dezessete, e parece ter inicialmente aportado em Salvador, de onde passou para os sertões mineiros, mais precisamente, para a freguesia de Barra do Rio das Velhas, termo de Serro do Frio, comarca de Sabará. Nesta região, amealhou bens de raiz, como por exemplo, a lendária fazenda Tábua ou Jequitaí, sempre em sociedade universal com seu parente Manoel Rodrigues Soares*, falecido por volta de 1742; se meteu em escaramuças contra os paulistas (Guerra dos Emboabas) que dominavam a região desde os tempos das bandeiras, numa “acirrada disputa pelo poder local, envolvendo questões muito concretas, como a concessão de cargos, divisão de datas minerais, a distribuição de sesmarias, os privilégios junto à Coroa” (Adriana Romeiro, obr. cit.), bem como adentrou pelo sertão do São Francisco e Rio Grande em guerra contra os índios Cariris que habitavam a região desde tempos imemoriais. Perdeu parte da fortuna nas empreitadas beligerantes, sempre leal aos interesses da coroa portuguesa de acordo com o documento por nós consultado: “pelo considerável desfalque, a que o mencionado Mestre de Campo reduziu o seu patrimônio nas Guerras, que tantos anos sustentou contra os Paulistas em Minas e o Gentio do São Francisco, e Ribeira do Rio Grande”.
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Sugestões de leitura:
1 – Guerra dos Emboabas, de Izaías Golgher;
2 – Paulistas e Emboabas no coração de Minas: ideias, práticas e imaginário político no século XVIII, de Adriana Romeiro, 2008, editora Saraiva.
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Retornando ao documento consultado:
Em decorrência da perda de patrimônio, em 1726, requereu ao Rei D. João V algumas mercês honoríficas, assim como patentes militares, todas remuneradas com as famosas tenças generosas, a saber:
1 – solicitou e obteve a patente de Alcaide-Mor da vila de Maragogipe na Bahia;
2 – solicitou e obteve a patente de Capitão-mor e Mestre de Campo comandante “da guerra do gentio do São Francisco e Ribeira do Rio Grande, desde o ano de 1703 até 1724”;
3 – solicitou e obteve a habilitação da Ordem de Cristo com tença de cem mil réis. Sua aprovação dependia de uma ordem do Rei, já que ele tinha mais de cinquenta anos, idade limite para ser aprovada a habilitação, no que foi atendido;
4 – solicitou e obteve a ocupação de escrivão da ouvidoria de Barra do Rio das Velhas, a título vitalício, transferível aos descendentes diretos;
5 – solicitou e obteve duas tenças no valor de 24 mil réis cada uma, para suas filhas naturais Quitéria e Maria Olinda, internadas no convento de São Domingos das Donas de Santarém;
6 – solicitou e obteve o hábito da Ordem de Cristo com tença de 12 mil réis para Miguel Nunes de Sousa ou Viana, seu filho predileto e testamenteiro.
Em seu testamento feito pouco antes de falecer, na cidade da Baía "o qual se acha em um dos Cartórios dos Órfãos dela, em que servia o capitão Estevão Machado de Miranda” (palavras de seu filho Manoel Nunes Marinho), diz ele que além da filha Ana Maria de São Joaquim, teve quatro filhos naturais, legitimados e arrolados como herdeiros do remanescente de sua fazenda, sendo que, os dois filhos “brancos” herdaram o principal de sua fazenda. Em outros textos disponíveis na internet há referências a outras filhas do Mestre de Campo, que também seguiram a vida religiosa, mas não temos documentos de prova da paternidade.
Manuel Nunes Viana foi mais um de muitos portugueses pobres que vieram para a colônia ultramar em busca de riqueza, conseguindo amealhar grande patrimônio inicial. Para a coroa portuguesa, ele foi mais um reinol que defendeu seus interesses, um mal necessário para promover o povoamento do sertão do São Francisco, notadamente, através das guerras travadas contra os gentios, e que, anos depois em reconhecimento pelos serviços prestados, o agraciou com várias mercês e títulos remunerados como recompensa. A fortuna amealhada por ele, parece ter se dissipado rapidamente não chegando aos pósteros.
Manoel Nunes Viana faleceu na cidade da Baía (Salvador) em 28 de janeiro de 1738 aos 70 anos de idade.
* Sobre o Mestre de Campo Manuel Rodrigues Soares, sócio universal de Manuel Nunes Viana, bem como seu companheiro de todas as horas, podemos relatar o que se segue: filho do marinheiro Pedro Rodrigues Soares e de Ana de Almeida, natural da freguesia de Montserrat, Viana do Castelo;
Batismo Manoel
Foi morador nos confins do sertão (fazenda Tábua), curiosamente também nunca foi casado, mas, com Antônia Alves de Mendonça, moça donzela (?), teve um filho natural identificado, e filhas, cujos nomes ainda são desconhecidos. Seu único filho varão, Caetano Rodrigues Soares, morador em São Romão em 1748, requer mercê ao rei de Portugal, D. João V, para o legitimar, habilitado-o na herança do pai, e é atendido de acordo com documentos apresentados no processo, um desejo de seu pai em carta do próprio punho, que doente, “mandou buscar um tabelião em São Romão, para firmar o testamento do mesmo. Porém, devido a grande distância de 60 léguas e a cheia do rio São Francisco, a viagem demorou o suficiente, que quando o tabelião chegou à fazenda, ele havia falecido há dois dias”.
Manuel Rodrigues Soares obteve a patente de Mestre de Campo de Vila Nova da Rainha de Caeté em 1717, passada pelo então governador da capitania de Minas Gerais Dom Braz Baltazar da Silveira, como prêmio pelos serviços prestados ao governo da capitania, patente esta fundamental para que ele recebesse a mercê do hábito da Ordem de Cristo em maio de 1719, mesmo sendo oriundo do extrato social pobre da vila de Viana: "a falta de qualidade de seu pai, por ter sido marinheiro da carreira do Brasil", que o julgava incapaz de entrar na ordem. Outrossim, solicita e"pede mercê de dispensá-lo do dito impedimento, alegando estar atualmente servindo a Vossa Majestade no posto de Mestre de Campo do Estado de Minas". Outro impedimento - ser maior de cinquenta anos, referido no processo, foi descartado, pois ele conseguiu provar ter menos de quarenta e nove anos à época da solicitação do hábito de Cristo. Imagem ilustrativa:
Habilitação Ordem de Cristo (reprodução)

GENEALOGIA (esboço)
Como são as escassas informações sobre a vida pessoal de Manoel Nunes Viana, disponibilizaremos o que descobrimos em nossas pesquisas:
1 Antônio Nunes Viegas, natural e batizado na freguesia de Folhadela, Vila Real, filho legítimo de João Nunes e de Francisca (ou Antônia) Dias, inserido no extrato social pobre da população da vila de Viana, tinha como ofício a profissão de Picheleiro (Latoeiro, Funileiro); casou duas vezes:
1.ªvez casou em 02/02/1654 na freguesia de São Nicolau da cidade do Porto, com Antônia Francisca;
1.ºcasameno de Antônio Nunes
2.ªvez casou em 30/03/1667 com Antônia Marinho, falecida em 1705 e também viúva (foi casada 1ªvez em 04/07/1655 com Manoel Martins), na Matriz da Colegiada de Santa Maria Maior da Vila de Viana, ela filha de Amador Gonçalves e de Maria Fernandes, todos da Vila de Viana; Antônia Marinho, segundo Adriana Romeiro (obr. cit.), “vivia do que agenciava pelo seu trabalho”.
1.ºcasamento de Antônia Marinho

Casamento de  Antônio Nunes/Antônia Marinho

Tiveram os filhos descobertos:
1.1 Pedro, nascido em 1670, sem mais notícias;
1.2 Mestre de Campo e Alcaide Mor Manoel Nunes Viana, nascido e batizado em 01/01/1668 na Matriz da Colegiada de Santa Maria Maior da Vila de Viana, atual Viana do Castelo, Portugal;
Batismo de Manuel Nunes Viana
Ele nunca foi casado, conforme declara em seu testamento, mas, com várias mulheres teve:
Filhas naturais (reconhecidas):
1.2.1 Quitéria Peregrina de Jesus, freira enclausurada;
1.2.2 Maria Olinda da Soledade, freira enclausurada;
1.2.3 Ana Maria Dionízia de São Joaquim, casada com Manoel de Jesus Alves, cuja descendência não descobrimos;
Nota: em algumas publicações há referências da existência de outras filhas, freiras enclausuradas, que citamos: Vitória Tereza, Izabel Inácia, Mônica do Amor Divino, Maurícia de Jesus. Transcrição do título do documento existente no Arquivo Ultramarino, noticiado por Adriana Romeiro (obra cit.): “Ofício do vice-rei Conde dos Arcos para Diogo de Mendonça Corte Real em que informa acerca de requerimento de Victória Thereza Nunes Viana e suas irmãs, religiosas professas do Mosteiro de S. Domingos das Donas, da vila de Santarém, e filhas do mestre de campo Manoel Nunes Viana, pedindo a conclusão de uma execução que pendia em juízo. Bahia, 10 de agosto de 1756”.
Filhos naturais (reconhecidos e legitimados em testamento):
1.2.4 Dr. Miguel Nunes de Sousa ou Miguel Nunes Viana ou Miguel Nunes de Sousa Viana, batizado em 08/11/1715 na antiga freguesia do Rio Grande do Sul (Barra na Bahia?), termo de Santo Antônio da Manga, Bispado de Pernambuco, filho havido com Maria Alves de Sousa, natural da vila da Cachoeira, Arcebispado da Bahia, filha do capitão Sebastião Alves de Sousa e de Iria Pereira; bacharel em leis pela universidade de Coimbra em 1738; clérigo in minoribus; parece ter sido o filho predileto do Mestre de Campo: foi testamenteiro do pai, e herdou a famosa fazenda da Tábua e o engenho Carindó; vivia em São Romão, onde foi morto por um tiro de espingarda em 14/01/1784; não há referências a descendentes; imagens ilustrativas:
Batismo de Miguel Nunes de Sousa
Naturalidade e Ascendência

Transcrição do assento de óbito: “Francisco da Cunha Reis, presbítero secular, vigário da vara e cura deste distrito de São Romão por provisão… Certifico em como revendo os livros dos assentos dos mortos, nele as folhas 12 achei o assento de teor e forma seguinte: Aos quatorze dias do mês de janeiro de mil setecentos e oitenta e quatro, faleceu da vida presente sem os sacramentos por morrer de um tiro de espingarda, repentina morte neste arraial de São Romão, freguesia de Santo Antônio da Manga, bispado de Pernambuco, o Doutor Miguel Nunes Viana, filho natural do falecido Manuel Nunes Viana, de idade de cinquenta anos (?), pouco mais ou menos; foi sepultado na Igreja desta Matriz de Santo Antônio, amortalhado em Ximarras (chimarra, batina) e Sobrepeliz por ser clérigo in minoribus. E não se continha mais coisa alguma no dito assento no qual me reporto. São Romão, 28 de junho de 1800.”
Miguel Nunes de Sousa (Arquivo da Universidade de Coimbra)
Nível de descrição
Código de referência 
PT/AUC/ELU/UC-AUC/B/001-001/S/012050
Tipo de título
Atribuído
Datas de produção
1734-10-01 a 1738-10-01
Produtor
Universidade de Coimbra
História administrativa/biográfica/familiar
Filiação: 
Naturalidade: Baía
Âmbito e conteúdo
Faculdade: Leis
Matrícula(s): 01.10.1735
01.10.1736
01.10.1737
01.10.1738
Instituta: 01.10.1734
1.2.5 Alferes Manoel Nunes Marinho (sobrenome da avó paterna) Viana declara ter mais de sessenta anos em 1797.
Sobre Manoel Nunes Marinho Viana: não é declarado o nome da mãe no testamento, porém, ele é dado para educar e criar à Catarina das Neves ou Nunes (seria a mãe?); uma testemunha do processo fonte destas notas, disse essa pérola: “que assim o houvesse por bem, por ser o dito seu filho branco, mandando ensinar, criar e educar.” Herdou do pai o ofício de escrivão da freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso e Almas da Barra do Rio das Velhas; Teve relação direta com Paracatu: foi escrivão no arraial de São Luiz e Santana entre os anos de 1766 e 1774; à época obteve a patente de alferes de milícias do regimento de Paracatu; Em cartório no Rio de Janeiro, transfere para o genro Manoel Teixeira de Toledo Piza o ofício de escrivão herdado do pai e outras patentes, no ano de 1797, negados pelo governo português.
Casado com Maria Clara do Sacramento, teve a filha única:
1.2.5.1 Ana Bernardina de São Joaquim, nascida em 1760, e batizada em 14/09 do dito ano. Casou em 23/11/1776 com o Sargento-mor Manoel Teixeira de Toledo Piza, natural de Campanha do Rio Verde, Sul de Minas Gerais, onde nasceu em 1753, batizado em 05/03 do mesmo ano na capela de São Gonçalo, filho do capitão Manoel Teixeira Ribeiro e de Maria Rosa de Toledo Piza. É deste casal a única descendência conhecida do Mestre de Campo. Em documento existente no Arquivo Público Mineiro, ele solicita ao rei de Portugal, mercê do posto de Cadete para quatro filhos varões. O Sargento-mor foi inventariado em 1812 (Biblioteca Antônio Torres, Diamantina). A viúva, em 1814, suplica a concessão de pensão de seu finado marido, “devido ao estado de indigência a que ficou reduzida com sua família”. Em 14 de janeiro de 1815, o Marquês de Aguiar faz a concessão da metade dos soldos do finado: “Hei de conceder-lhe durante sua vida o vencimento de metade do soldo que percebia seu falecido marido.”
Filho encontrado:
1.2.5.1.1 Francisco Manoel Marinho Viegas.
Sobre o Sargento-mor Manoel Teixeira de Toledo Piza: fez carreira militar no exército colonial de Minas Gerais, no regimento da comarca do Serro do Frio; em 1792 obtém a patente de capitão, após se destacar na campanha para o extermínio dos famosos bandoleiros conhecidos como “Vira Saias” que infestavam a margem direita do Rio São Francisco, tendo como reduto a serra da Carinhanha. Em 1801, parte para Lisboa no intuito de requerer ao governo português mercês pelos seus serviços, bem como outras mercês que pertenceram ao avô de sua esposa, o Mestre de Campo, Manoel Nunes Viana, sendo ela a única remanescente e herdeira direta do avô, segundo ele. Na petição dirigida ao governo português, via Conselho Ultramarino, alega sua carreira militar e os relevantes serviços prestados a V.A.R, requer as seguintes mercês e patentes:
1 – O posto de sargento-mor agregado a tropa paga de Cavalaria de Minas Gerais, destacado perpetuamente em São Romão – deferido;
2 – A patente e o posto de capitão-mor regente com o hábito da Ordem de Cristo e tença de quarenta mil réis – deferido;
3 – Intendente Comissário da vila de Paracatu – indeferido;
4 – A patente e o posto de Comandante Geral do Sertão – indeferido;
5 – Por fim, solicita a herança do cargo de escrivão da Ouvidoria da Comarca de Sabará, doado pelo seu sogro Manoel Nunes Marinho Viana, e que pertenceu ao Mestre de Campo Manoel Nunes Viana; solicita também as patentes de Alcaide-mor da vila de Maragogipe e de Mestre de Campo, também pertencentes originalmente à Manoel Nunes Viana: ele não obteve sucesso nessas solicitações devido à ilegitimidade das mesmas, ou seja, ele não era descendente em linha direta – indeferidos. 
1.2.6 – Vicente Marinho Viana, “havido na escrava Caetana”; já era falecido em 1797; em testamento ordena o testamenteiro comprar a alforria do filho e da mãe, escravos de Luíza de Figueiredo, residente na cidade da Baía; não se conhece descendência;
1.2.7 – Inácio Marinho Viana, “havido na crioula Úrsula”; já era falecido em 1797; descendência desconhecida.
Fontes:
1 – Biblioteca Nacional do Brasil - Rede de Memória Virtual - Projeto Resgate - Minas Gerais - verbete “Manoel de Toledo Piza”.


Requerimento de Manuel Teixeira de Toledo Pisa, capitão de Milícias da Barra do Rio das Velhas, pedindo promoção ao posto de sargento-mor de Cavalaria, agregado destacado perpetuamente em São Romão ou comandante-geral do sertão e a nomeação de intendente comissário de Paracatu ou capitão-mor regente com o Hábito da Ordem de Cristo, em consideração aos serviços prestados. - Anexo: Em anexo: vários documentos.
Para ler o documento na íntegra AQUI
2 – Biblioteca Nacional do Brasil - Rede Memória Virtual - Projeto Resgate - Minas Gerais: Requerimento de Caetano Rodrigues Soares.


Requerimento de Caetano Rodrigues Soares, filho de Manuel Rodrigues Soares, mestre de campo e já falecido, solicitando a D. João V a mercê de o legitimar, para se habilitar como herdeiro de seu pai. - Anexo: Em anexo: 1 bilhete de ordem de provisão; 1 carta; 1 certidão.

3 – Arquivo da Universidade de Coimbra – verbete “Miguel Nunes de Sousa.”
4 – tombo.pt:
Viana do Castelo, Colegiada de Santa Maria Maior, livros de batismos (1664-1677) e casamentos (1622 - 1694);
Porto, freguesia de São Nicolau, casamentos (1624 -1665);
5 - Arquivo Nacional da Torre do tombo -  habilitação de Miguel Nunes de Sousa, 1756; habilitação de Manuel Rodrigues Soares, 1719.

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