Pular para o conteúdo principal

PROFESSOR DOUTOR RUY DE ARAÚJO CALDAS - NOTÁVEL PARACATUENSE

 VIDA E OBRA DO PROFESSOR RUY DE ARAÚJO CALDAS  - Aluno que fui do professor Rui na Universidade de Brasília, além de conterrâneo, não poderia deixar de homenageá-lo divulgando o livreto que narra sua trajetória de vida e a outorga do título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Mato Grosso do Sul. Boa leitura.

José Aluísio Botelho.

 

 

 Link:

 

 https://www.ufms.br/wp-content/uploads/2019/11/Livreto-Ruy-Caldas-para-

Comentários

  1. Tive o privilégio de gravar uma entrevista da Jornalista Nàgela Caldas com o Dr Rui Caldas.
    Fiquei impressionado com a humildade e simplicidade dele.
    Era uma entrevista com temas variados, mas lembro bem da fala dele sobre sobre os produtos transgênicos. Muito interessante!
    Ele me sanou muitas dúvidas a respeito.

    ResponderExcluir
  2. Um gigante em Viçosa

    Tanto eu como minha mulher somos muito detalhistas e exigentes em relação a serviços, certamente ela é mais do que eu. Há algum tempo solicitamos um serviço a uma empresa. Não gostamos de forma alguma do resultado final. Entrei em contato com o dono da empresa. Ele mandou outra pessoas para refazer todo o serviço. Ficou ótimo. Posso definir o rapaz que resolveu o problema como uma pessoa que tem a humildade de quem sabe o que está fazendo. Foi aí que me lembrei de uma passagem ocorrida há muitos anos. Estava em Viçosa, na Universidade Federal. Trabalhava no Conselho de Pesquisa, naquela época com o professor Pedro Henrique Monerat, presidente daquele Conselho. Uma pessoa interessantíssima, um especialista em nutrição mineral de plantas. Mas, não é dele que quero falar, dele vou tratar de outra feita que ele merece. Voltando a narrativa, um dia o prof. Monnerat virou-se para mim e disse, “Humberto, virá amanhã a tarde um rapaz da FINEP, as 14 horas, para uma reunião. Quero que você participe”. Como sempre tive o hábito de chegar cedo a meus compromissos: coisa que aprendi com meu pai, cheguei no dia seguinte pouco antes das 14 ao Conselho de Pesquisa e foi direto para a sala de reuniões. A secretária do Monnerat era a Marlídia, pessoa que também merece uma crônica. Perguntei para ela “já chegou alguém para a reunião”? “Só um moço que está aí esperando por vocês”. Entro na sala, tinha de fato um moço bem magro assentado com os pés cruzados e uma caderneta na mão. Com um paletó bordo, escrevia copiosamente alguma coisa, ou melhor, um monte de coisas, avidamente. Típico que quem não gosta de perder tempo. Muito magro, moreno, tenho quase certeza que tinha um topetinho numa cabeleira desleixada e uma certa elegância desalinhada. Bem, parecia simpático o “rapaz”. Por que será que a gente tem o hábito de examinar as pessoas antes de conhecer? “Boa tarde”! “Boa tarde, respondeu-me ele com simpatia. E continuou concentrado em suas nervosas anotações. Converso muito, mas, sua concentração era tanta que não o quis interromper. Aos poucos as pessoas foram chegando e de repente, como acontece nestas ocasiões, a sala se encheu com os devidos “boas tardes” que a educação recomenda. Mas, é bom lembrar que era uma sala bem pequena. Encheu, mas de poucas pessoas. Monnerat toma a palavra e faz o preambulo. Explica os propósitos, confesso que não me lembro mais qual era o tema. Aliás, fique confabulando comigo, o Pedro poderia bem ter me explicado melhor o tema da reunião e quem iria participar. Mas, sabe como é, né? Quando se é muito jovem não se presta muita atenção a estas coisas. Em seguida ele solicita ao moço da FINEP, pelo menos foi o que pensei na época que ele tinha comentado, que falasse para os presentes suas considerações sobre o tema. “Ruy, explique para o pessoal ai .......... (não me lembro de maneira algumas qual era o tema), sei que estava ligado ao Programa de Biotecnologia da Universidade. Ai, aquele mocinho assume a palavra. E fala, fala, fala. Fala com a autoridade e humildade típica de quem domina com propriedade o que está falando. Encanta, comove, envolve. Foi aí que medi o tamanho do moço. Era muito grande. Um gigante de pouco mais de um metro e setenta, pelo menos era o que me parecia. Talvez um dos mais brilhantes cientistas que já conheci em toda minha vida. E olha que conheço cientistas! Uma figura simplesmente fantástica e fascinante. Com meus trinta e poucos anos de idade aprendi muitas lições naquele momento. Lições sobre biotecnologia, sobre estratégia científica, mas a maior lição foi sobre a natureza humana. O quanto somos discriminadores. Fiquei ali ao lado daquele homem impressionante, sem ter lhe dado a devida atenção até que abriu a boca e jorrou conhecimento aos borbotões e só aí entendi o que é a humildade de quem esparrama conhecimento. Foi ali que conheci Ruy Caldas. Tive o privilégio de conviver com ele por algum tempo e lamentei não ter convivido mais. Que aprendizado. Ruy de Araújo Caldas, ufeviano de escol, a doce simpatia de um sábio.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas

DONA BEJA E AS DUAS MORTES DE MANOEL FERNANDES DE SAMPAIO

Por José Aluísio Botelho A história que contaremos é baseada em fatos, extraídos de um documento oficial relativo a um processo criminal que trata de um assassinato ocorrido na vila de Araxá em 1836. O crime repercutiu no parlamento do império no Rio de Janeiro, provocando debates acalorados entre os opositores do deputado e ex-ministro da justiça, cunhado do acusado, como se verá adiante. Muitos podem perguntar porque um blog especializado em genealogia paracatuense, está a publicar uma crônica fora do contexto? A publicação deste texto no blog se dá por dois motivos relevantes: primeiro, pela importância do documento, ora localizado, para a história de Araxá como contraponto a uma colossal obra de ficção sobre a personagem e o mito Dona Beja, que ultrapassou suas fronteiras se tornando de conhecimento nacional. Em segundo lugar, porque um dos protagonistas de toda a trama na vida real era natural de Paracatu, e, portanto, de interesse para a genealogia paracatuense, membr

LIVRO DE GENEALOGIA PARACATUENSE

Apresentamos aos nossos leitores, em formato impresso e também no e-book, livro que conta de maneira resumida a história de Paracatu, bem como a genealogia da família Botelho e suas alianças com as principais troncos familiares que lá fincaram raízes, bem como as trajetórias de ascensão social, política e econômica desses grupos familiares hegemônicos. Clique na imagem abaixo para adquirir o livro na Amazon.com Clique aqui para visualizar uma prévia do livro.

FAZENDAS ANTIGAS, SEUS DONOS E HERDEIROS EM PARACATU - 1854 E 1857.

Por José Aluísio Botelho                A LEI DE TERRAS DE 1850 Desde a independência do Brasil, tanto o governo imperial, como os governos republicanos apresentaram inúmeros projetos legislativos na tentativa de resolver a questão fundiária no Brasil, bem como regularizar as ocupações de terras no Brasil. A lei da terra de 1850 foi importante porque a terra deixou de ser um privilégio e passou a ser encarada como uma mercadoria capaz de gerar lucros. O objetivo principal era corrigir os erros do período colonial nas concessões de sesmarias. Além da regularização territorial, o governo estava preocupado em promover de forma satisfatória as imigrações, de maneira a substituir gradativamente a mão de obra escrava. A lei de 1850, regulamentada em 1854, exigia que todos os proprietários providenciassem os registros de suas terras, nas paróquias municipais. Essa lei, porém, fracassou como as anteriores, porque poucas sesmarias ou posses foram legitimadas, e as terras continuaram a se

SUBSÍDIOS GENEALÓGICOS: OS COSTA PINTO - UM TRONCO

Por José Aluísio Botelho Colaborou Eduardo Rocha Família pioneira no arraial do ouro, formadora da elite local e que floresceu durante o decorrer do século XIX. Iniciou-se com as uniões de João da Costa Pinto e D ona Domingas Rodrigues da Conceição, e do coronel Antonio José Pereira** e dona Maria Tereza de Castro Guimarães. Desses casais, nasceram dentre outros, Antonio da Costa Pinto e dona Francisca Maria Pereira de Castro, que se casaram no milésimo do século XVIII. *Nota: o coronel Antonio José Pereira foi administrador dos Dízimos entre 1789 e 1807; faleceu em 1812. O coronel Antonio da Costa Pinto nasceu em Paracatu por volta de 1775 e aí faleceu a 06 de agosto de 1827. Na política local foi aliado dos Pimentéis Barbosa, tendo sido ouvidor interino da vila de Paracatu do Príncipe em 1820, época de grandes turbulências na política local, bem assim em todo o Brasil, precedendo a independência. Deixou grande fortuna: Olímpio Gonzaga, que parece ter tido acesso ao inventári

CONEXÃO PARACATU/CRISTALINA - UMA FAMÍLIA PIONEIRA: OS BITTENCOURT ESMERALDO

POR JOSÉ ALUÍSIO BOTELHO Bèttencourt – sobrenome de raiz toponímica, originário da Normandia, França, adotado pelos senhores de Bèttencourt e Granville. No século XV, membros da família imigram para as ilhas Canárias na Espanha e daí, passam à ilha da Madeira, e, por fim, para os Açores. Para o Brasil, ao longo dos séculos após o descobrimento, vieram inúmeros portadores do sobrenome em busca de melhores condições de vida. A corrupção do sobrenome se deu sobretudo no Brasil colônia, onde encontramos as variantes: Bittencourt, Bitencour, Bitencur, Bitancor, etc. Esmeraldo – sobrenome surgido na ilha da Madeira, situando-se entre as principais e tradicionais da freguesia da Ponta do Pargo, concelho de Calhetas. Parece ter desaparecido na descendência em Goiás. Em meados do século dezenove o madeirense Ayres Bettencourt Esmeraldo deu com os costados no sertão do noroeste de Minas, Paracatu, onde casou com uma filha da terra. Posteriormente, o casal muda para a província de Goiás

REIS CALÇADO - UMA FAMÍLIA JUDIA NA PARACATU DO SÉCULO XVIII

Por José Aluísio Botelho  Eduardo Rocha Mauro Cézar da Silv a Neiva   Família miscigenada, de origem cristã nova pela linha agnata originária do Ceará . Pois