Pular para o conteúdo principal

OS SILVA NEIVA DO CAMPO DAS VERTENTES

 Por José Aluísio Botelho

Na antiga capela de Nossa Senhora da Penha da aplicação da Lage, atual cidade de Resende Costa, termo da Vila de São José Del-Rei, atual Tiradentes, viveu na segunda metade do século dezoito, um núcleo familiar que carregava o sobrenome Silva Neiva. Não logramos êxito em estabelecer a origem europeia desses indivíduos, bem assim suas filiações imediatas. Fato é, que eles deixaram descendência na região que perpetuaram o apelido.

Muito se fala sobre a procedência da família Silva Neiva de Paracatu, capitaneadas pelos irmãos Lourenço e João Lourenço da Silva Neiva que lá se estabeleceram no alvorecer do século dezenove vindos sabe-se lá de onde. Dedutivamente, podemos conjecturar uma possível ligação parental entre eles, mas a genealogia exige uma correta comprovação documental, notadamente registros de casamentos, batismos e inventários/testamentos que certifique os parentescos. Ainda dentro da teoria das probabilidades, os indícios apontam para a relação dessa família Silva Neiva com a família Costa Afonso/Almeida e Silva, provavelmente, como agregados nas fazendas de Domingos Costa Afonso e Maria de Almeida e Silva em São Gonçalo do Brumado, bem como na próspera fazenda de Santa Rita, de propriedade da abastada fazendeira Genoveva de Almeida e Silva, limítrofe a aplicação da Lage. Pode não ser por acaso que no século dezenove, estabeleceu em Paracatu um certo Joaquim de almeida e Silva, oriundo de São João Del-Rei, unindo-se por laços de matrimônio com uma Silva Neiva paracatuense (conjecturas, somente). Há também um certo José da Silva Matos, igualmente oriundo de São João Del-Rei, que foi casado com uma moça dos Silva Neiva de Paracatu, comprovadamente parente próximo do Joaquim de almeida. 

 De qualquer modo, disponibilizamos os registros encontrados em nossas pesquisas e esperamos contribuir para que em futuro próximo, novas pesquisas comprovem ou afastem a origem comum desses troncos familiares.

Encontramos nos livros paroquiais de Tiradentes, quatro irmãos Silva Neiva que ora elencamos:

1 João da Silva Neiva, casado em 1780 na capela das Mercês, filial da Matriz de São José, com Rosa Maria de Jesus.

Filhos:

1.1 José, nascido em 1782;

1.2 João, nascido em 1786;

1.3 Jacinto, batizado em 23/07/1787;

1.4 Maria, batizada em 27/02/1790;

1.4 Francisca.

2 José da Silva Neiva, batizado na capela de Santa Rita, termo de São João Del-Rei, limítrofe com o arraial da Lage; casado com Genoveva Maria de Jesus, batizada no Sassuí, termo de Congonhas do Campo.

Filhos:

2.1 Tereza, batizada em 20/07/1772;

2.2 Ana, nascida em 1773;

2.3 Catarina, batizada em 30/10/1775;

2.4 José, batizado em 14/07/1779;

2.5 Felisberto, nascido em 21/11/1791 e batizado em 01/12/1791;

3 Lourenço da Silva Neiva, casado com Andreza Maria de Jesus.

Filhos:

3.1 Manoel, nascido em 1768;

3.2 Ana, batizada em 12/02/1770;

3.3 Joaquim, nascido 1771; foram padrinhos seus tios João da Silva Neiva e Maria do Rosário;

3.4 José, nascido em 1773; foi padrinho seu tio João da Silva Neiva.

3.5 Antônio, batizado em 1792, São Bento do Tamanduá.

3.6 João Lourenço (filho natural de Andreza?)

4 Maria do Rosário da Silva Neiva, sem mais notícias;

Outros Silva Neiva:

5 Salvador ou Amador Neiva, casado com Maria da Silva. Filhos:

5.1 Francisco, batizado em 08/10/1743 em Santa Rita;

5.2 João, parece ter sido filho espúrio de Maria da Silva, nascido em 1747;

6 João da Silva Neiva que com Joana Álvares Moreira teve o filho descoberto:

6.1 Antônio, nascido em 1763.

7 João Vicente da Neiva, em Santa Rita.

Fonte: registros de batismos de Tiradentes (1752-1790), sob a guarda de “FamilySearch”.

Santo Antônio de Casa Branca, Glaura, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Registros,” imagens, FamilySearch (https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QHK-WQV2-H51T-G : 15 de maio de 2023), imagem 1 dos 1303; Paróquia de Santo Antônio de Casa Branca.

Santo Antônio de Casa Branca, Glaura, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Registros,” imagens, FamilySearch (https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:3QHN-LQV2-NH97-G : 15 de maio de 2023), imagem 1 dos 1371; Paróquia de Santo Antônio de Casa Branca.


Comentários

Postagens mais visitadas

DONA BEJA E AS DUAS MORTES DE MANOEL FERNANDES DE SAMPAIO

Por José Aluísio Botelho A história que contaremos é baseada em fatos, extraídos de um documento oficial relativo a um processo criminal que trata de um assassinato ocorrido na vila de Araxá em 1836. O crime repercutiu no parlamento do império no Rio de Janeiro, provocando debates acalorados entre os opositores do deputado e ex-ministro da justiça, cunhado do acusado, como se verá adiante. Muitos podem perguntar porque um blog especializado em genealogia paracatuense, está a publicar uma crônica fora do contexto? A publicação deste texto no blog se dá por dois motivos relevantes: primeiro, pela importância do documento, ora localizado, para a história de Araxá como contraponto a uma colossal obra de ficção sobre a personagem e o mito Dona Beja, que ultrapassou suas fronteiras se tornando de conhecimento nacional. Em segundo lugar, porque um dos protagonistas de toda a trama na vida real era natural de Paracatu, e, portanto, de interesse para a genealogia paracatuense, membr...

REIS CALÇADO - UMA FAMÍLIA JUDIA NA PARACATU DO SÉCULO XVIII

Por José Aluísio Botelho  Eduardo Rocha Mauro Cézar da Silv a Neiva   Família miscigenada, de origem cristã nova pela linha agnata originária do Ceará . Pois

ULHOA - ESBOÇO GENEALÓGICO

Por José Aluísio Botelho FAMÍLIA ULHOA, DO VALE DO ULLA NA GALÍCIA ATÉ PARACATU EM  MINAS GERAIS Para saber mais, leia neste blog :  Coronel Sancho Lopes de Ulhoa e seus descendentes A) - Origem do apelido: do rio ULLA, na Galícia, que passou a ser Ulló (olho), depois Ulloa e hoje Ulhoa. Também provêm do hebraico hurscha (floresta) e/ou de uxna, forma adaptada ou corrompida de Yehoshua. 1) - Dom Férnan Sanches de Ulló, o primeiro Ulhoa de que se tem notícia e que viveu pelos anos de 756, visigodo, dono das terras n o vale do rio Ulla; 2) - Dom Lopo Ruiz de Ulló (1120);    Vale do Rio Ulla by Isidro Cea 3) - Dom Fernão Lopes de Ulló (1212), casado com Maria Martinez; 4) - Dom Lopo Sanches de Ulló, casado com Mayor Gomes de T rastamara; 5) - Dom Sancho Lopes de Ulloa, rico homem galego, primeiro Senhor de Vilamayor de Ulloa (barão), casado com Urraca Perez de Sotomayor; para saber mais: Clique na imagem abaixo para adquirir o livro na Amazon.com Clique aqui p...

CONTRIBUTO À GENEALOGIA MINEIRA: OS CERQUEIRA BRANDÃO DA CARINHANHA

 POR JOSÉ ALUÍSIO BOTELHO Mestre de Campo Atanásio de Cerqueira Brandão, senhor dos C urrais da Bahia, natural de Santa Marinha do Arcozelo, Ponte de Lima, Viana do Castelo, Portugal, filho legítimo de Luís Cerqueira de Araújo e de Maria Correia Pinto, casados em Arcozelo em 24/02/1666; Não encontramos seu assento de batismo, e parece ter falecido em 04/1734 na vila da Carinhanha, Bahia, que fundou e se tornou um potentado local.     Casou por volta de janeiro de 1701, pouco menos, com Catarina de Siqueira e Mendonça, paulista. Fez testamento em 1731, segundo boletim informativo da Santa Casa de Misericórdia de Ponte de Lima (2013, nº25), beneficiária do potentado. Nota: em um documento de Receitas e Despesas, existente na Torre do Tombo, podemos defini-lo como um homem que controlava seus negócios minuciosamente. Nele ele anotava todas as dívidas e haveres desde o ano de 1710 até o ano de1733. Foi um hábil comerciante e nas entrelinhas nos mostra seu poderio econômico. ...

OS ROCHA DE ÁGUA BRANCA, ALAGOAS À PARACATU, MINAS GERAIS

José Aluísio Botelho Eduardo Rocha*  O Major da Guarda Nacional Manoel Caetano Pereira da Rocha foi o iniciador da família em Paracatu. O patriarca  Natural de Água Branca, estado de Alagoas, aonde nasceu em 1844, filho de Caetano Pereira da Rocha e de Maria Rita da Conceição. Veio para Paracatu em 1869, com pouco mais de vinte anos, recomendado ao seu parente o cônego Miguel Arcanjo de Siqueira Torres, também natural de Água Branca, vigário geral da freguesia de Santo Antonio da Manga de Paracatu desde 1845, pouco mais. Era, portanto, aparentado dos Siqueira Torres que também vieram para a região, principalmente para o então distrito de Capim Branco, hoje Unaí. Manoel Caetano ao longo dos anos teve êxito nos negócios, participando ativamente da vida política e social da cidade; ocupou cargos de vereança, foi agente executivo municipal entre 1892 e 1894, bem como chefe político do Partido Liberal aliado aos seus conterrâneos Siqueira Torres, em oposição ao Pa...

GUARDA-MOR JOSÉ RODRIGUES FRÓES

Por José Aluísio Botelho             INTRODUÇÃO  Esse vulto que tamanho destaque merece na história de Paracatu e de  Minas Gerais, ainda precisa ser mais bem estudado. O que se sabe é que habilitou de genere em 1747 (o processo de Aplicação Sacerdotal se encontra arquivado na Arquidiocese de São Paulo), quando ainda era morador nas Minas do Paracatu, e embora fosse comum aos padres de seu tempo, aprece que não deixou descendentes*. Que ele foi o descobridor das minas do córrego Rico e fundador do primitivo arraial de São Luiz e Santana das Minas do Paracatu, não resta nenhuma dúvida. De suas narrativas deduz-se também, que decepcionado com a produtividade das datas minerais que ele escolheu, por direito, para explorar, abandonou sua criatura e acompanhou os irmãos Caldeira Brandt, que tinham assumido através de arrematação o 3º contrato de diamantes, rumo ao distrito diamantino. Documento de prova GENEALOGIA  Fróis/Fróes -...