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SÉRIE - PIONEIROS DO OURO 1: MOURA BROCHADO, PINA E VASCONCELOS E DANTAS BARBOSA

Por José Aluísio Botelho               
              FAMÍLIA MOURA BROCHADO
Esta família se iniciou em Paracatu, quando da vinda do Reverendo Francisco de Moura Brochado, natural e batizado na Vila do Cabo (hoje Cabo de Santo Agostinho), bispado de Pernambuco, no alvorecer do arraial de São Luiz e Santana das Minas do Paracatu. Ele era um dos muitos padres que faziam parte do séquito do célebre vigário Antonio Mendes Santiago (biografia neste blog), que lá se fixou, apoderando-se do comando do poder eclesiástico do lugar. Não foi por acaso que o padre Francisco de Moura Brochado foi o testamenteiro do padre Santiago anos depois. Como a maioria dos padres daquela época, teve filhos* sacrílegos. Com Vitória Correia de Almeida Rosa, mulher solteira, natural da Vila de Santos, bispado de São Paulo, teve os filhos, que descobri:
A- Alferes Manoel de Moura Brochado, natural do arraial de Paracatu, já falecido em 1791. Casado em 1783 com Ana Gonçalves de Moura, nascida e batizada na freguesia de Santo Antonio do Tijuco (atual Diamantina), bispado de Mariana, filha legítima de Domingos Gonçalves de Moura, natural freguesia de Santa Eulália, Concelho de Monte Longo (atual Fafe), bispado de Braga, Portugal, e de Maria da Costa Vaz, natural da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, Salvador, Bahia. Filhos descobertos, alguns havidos antes do casamento, que continuaram o sobrenome:
1 – Ana de Moura Brochado ou Ana Gonçalves de Moura, em estado de casada em 1806 com o alferes Anastácio Correia Barbosa, nascido em 11/06/1765, filho legítimo de Lourenço Correia Barbosa, natural de São Paulo, e de Maria Jorge de Menezes, natural de Meia Ponte, Goiás; filhos:
1.1 Padre José de Moura Barbosa, nascido em 1805;
1.2 Ana Barbosa de Moura, nascida em 1807; casada com João Teixeira de Sousa Guimarães;
1.3 Maria dos Reis Barbosa, nascida em 1810, casada com Joaquim Bento do Prado, natural de Perdões, em 26/09/1841;
1.4 Joaquim, nascido em 1811;
1.5 Francisca de Moura Barbosa, nascida em 1813, casada em 23/07/1841 com o francês Carlos Ernesto Timmerman, ourives;
1.6 Vitória, nascida em 23/09/1814;
2 – Caetana de Moura Brochado, em estado de casada em 1806 com Manoel Luis Mendes;
3 – Maria de Moura Brochado, menor de 25 anos em 1806, em estado de solteira; mãe adotiva de Thomaz de Aquino e Moura e de sua mulher Jacinta Joaquina de Moura;
4 – Izabel de Moura Brochado, menor de 25 anos em 1806, em estado de solteira; foi casada com o português Venâncio Francisco Pereira, falecido aos 25/05/1843. Filha única:
4.1 - Maria Francisca da Purificação, casada com João Alves Bastos.
5 – Sabino de Moura Brochado, menor de 25 anos em 1806; foi casado com Domingas Marques Jordão; filhos:
5.1 - Manoel, nascido em 10/07/1813;
5.2 - Claudiana, nascida em 24/09/1814;
5.3 - Francisco, nascido em 11/12/1816;
5.4 - Luísa de Moura Brochado, casada com José da Costa Cordeiro;
6 – Padre José de Moura Brochado. Nascido em 1782, habilitou-se de “Genere et Moribus” na Arquidiocese de São Paulo em 1806, após cursar filosofia. Ordenando-se padre, retornou a sua cidade natal, onde paroquiou por longos anos; faleceu em 1837 com testamento. O dito padre, assim como a maioria dos sacerdotes daquele tempo, criou família sacrílega: com Luzia Saturnina de Menezes, viveu em concubinato e dela teve 9 filhos nomeados em seu testamento e que instituiu seus universais herdeiros:
6.1 José, com 22 anos em 1837;
6.2 Francisco, com 20 anos;
6.3 Francisca, com 19 anos;
6.4 Ana, com 17 anos;
6.5 Maria, com 12 anos;
6.6 João, com 11 anos;
6.7 Mafalda, com 8 anos;
6.8 Josefa, com 6 anos;
6.9 Joaquim, com 4 anos;
*Sem comprovação documental, descobrimos:
7 - Francisco de Moura Brochado, nascido em 28/04/1776; casado em 1796 com Mariana Marques Jordão.
Batismo - Francisco
 Filhos descobertos:
7.1 - Ana, nascida em 20/11/1812;
7.2 - Jacob, nascido em 23/07/1815;
8 - João de Moura Brochado, nascido em 26/06/1775.
Batismo - João
Fonte:
1 - Processo de habilitação de genere et moribus de José de Moura Brochado – Family search – Arquidiocese de São Paulo, 1806, disponível online.
2 - Livros paroquiais da matriz de Santo Antonio da Manga de Paracatu.
                  FAMÍLIA PINA E VASCONCELOS
Antônio de Pina e Vasconcelos, natural e batizado na freguesia da Candelária, Rio de Janeiro, filho legítimo de Lourenço Moreira, natural da freguesia de Matozinhos, bispado do Porto, e de Francisca de Vasconcelos, natural da dita freguesia da Candelária, Rio de Janeiro, casou na Vila de Santos, bispado de São Paulo, com **Beatriz Correia da Cruz, daí natural, filha legítima de Manoel da Cruz Caldeira e de Ana de Oliveira. Manoel da Cruz Caldeira, era português, natural da freguesia de Santos- o -velho, patriarcado de Lisboa, e sua mulher natural da Vila de Santos.  Antônio de Pina migrou com a família para o nascente arraial de São Luiz e Santana das Minas do Paracatu em busca do ouro, aonde deixaram descendência. Filhos descobertos:
1 – Padre José de Pina e Vasconcelos, nascido na Vila de Santos. Acompanhou os pais na mudança para Minas Gerais. Habilitou-se de genere et moribus em 1782. Em 1800 ainda vivia por ocasião da instalação da Vila de Paracatu do Príncipe;
2 - Francisca Xavier de Pina e Vasconcelos, nascida na Vila de Santos; foi casada duas vezes: 1ª vez com o Dr. Manoel de Brito Freire, Bacharel em Cânones pela Universidade de Coimbra em 1743, natural de Salvador, Bahia, nascido em 1719, filho do capitão José de Brito Freire e de Mariana da Cruz, com quem teve os filhos descobertos:
2.1 - Beatriz de Brito Freire, batizada em 29/05/1765; 
2.2 - Padre José de Brito Freire, batizado em 07/11/1771;
2.3 - Antônio de Brito Freire, casado com sua prima Florência Maria de Santana, pais de:
2.3.1 - Padre José de Brito Freire e Vasconcelos, nascido em 1807;
2.4 - Mariana de Brito Freire, sem mais notícias; 
2 - Viúva, casou Francisca Xavier de Pina com José Antônio de Morais, natural de Lisboa; filhos descobertos:
2.5 - Francisca, batizada em 1776; 
3 – Mateus de Pina e Vasconcelos, nascido no arraial de São Luiz e Santana das Minas do Paracatu, onde foi batizado na igreja do Rosário em 21/11/1748 pelo padre Carlos José de Araújo; casou com sua conterrânea Luísa de Lacerda, batizada na capela da Batalha*, termo do dito arraial, filha legítima de Francisco Pereira de Magalhães, natural de Pindamonhangaba, e de Ana Maria de Jesus, natural de Taubaté, ambas em são Paulo. Posteriormente, foram moradores em Jundiaí, São Paulo, onde ele exerceu o ofício de tabelião; já era falecido em 1806. Filhos descobertos:
3.1 – Padre José de Pina e Vasconcelos, batizado em 31/10/1782;
3.2 – Padre Antônio de Pina e Vasconcelos, batizado em 24/7/1784;
4 - Maria de Pina e Vasconcelos;
5 - Brígida de Pina e Vasconcelos; teve pelo menos uma filha natural: Florência Maria de Santana, falecida em 1865;
6 - Ana de Pina e Vasconcelos, sem mais notícias.
                              
Descende desta família, João de Pina e Vasconcelos, nascido na Vila de Paracatu do Príncipe em 24/6/1799 e falecido em 25/8/1869, na mesma Vila. Homem de vasta cultura destacou-se na vida política e social da cidade, exercendo como rábula, a advocacia, bem como ocupou diversos cargos públicos ao longo de sua vida. 
Foi casado com Teodora Maria de Melo ou Teodora Neta e tiveram os filhos:
1 - Francisco de Pina e Vasconcelos, nascido em 15/12/1817;
2 - Izabel de Pina e Vasconcelos, casada com Pedro da Serra;
3 - Joana de Pina e Vasconcelos.
*Essa capela foi totalmente destruída pelo fogo, com perda dos documentos paroquiais lá existentes.
Nota relevante: **Beatriz Correia da Cruz era irmã inteira de Antônio de Oliveira Caldeira, pai de Ana de Oliveira Caldeira, matriarca dos Melo Franco. Daí, podemos afirmar terem sido os Pina e Vasconcelos, descendentes do casal acima, parentes próximos dos filhos de João de Melo Franco e de Ana de Oliveira Caldeira. Podemos conjecturar que as famílias Pina e Vasconcelos e Oliveira Caldeira vieram juntos da Vila de Santos para as recém descobertas jazidas auríferas na região do Rio Paracatu.
Outros Pina e Vasconcelos:
1 Padre Ângelo de Pina e Vasconcelos, nascido em 1790; foi pároco em Buritis, freguesia de Santo Antônio da Manga de Paracatu;
2 Antônio de Pina e Vasconcelos, escrivão em Buritis; alfaiate; casado com Josefa Maria Viegas, com descendência;
Fontes pesquisadas:
1 - Cúria Metropolitana de São Paulo – Processos de Habilitação de genere et moribus, ano de 1806 -  padres José  e Antônio de Pina e Vasconcelos, disponíveis online no site – familysearch.org;
2 - Livros paroquiais da matriz de Santo Antônio da Manga de Paracatu;
3 - Arquivo Público Municipal de Paracatu - Fundo Tribunal Eclesiástico - documentos diversos.
                          DANTAS BARBOSA
Família miscigenada com o casamento de Antônio Dantas Barbosa, nascido em 1795, filho natural de Manoel Dantas Barbosa, nascido no arraial de São Luiz e Santana de Paracatu e de Josefa da Costa e Silva, crioula forra; neto paterno José Rabelo de Oliveira e de Antônia Maria de Santa Rosa (seria Dantas Barbosa?). Manoel Dantas Barbosa teve mais três filhos naturais que elencamos: Maria do Rosário de 50 anos em 1844, irmã inteira de Antônio acima; Caetana e João Dantas Barbosa, de 50 anos, filhos de Filipa Duarte, parda forra; Úrsula de 60 anos em 1844, parda, filha de Catarina, preta forra. (testamento de Manoel Dantas Barbosa, ditado em 1831. Inv.: 2.ª Vara - cx. 1848 data: 21/01/1841).
 e de Rita Gonçalves Torres, nascida em 1798 e falecida em Paracatu em 30/11/1880, filha ilegítima do padre Joaquim Gonçalves Torres e de Tereza de Faria Leite, neta paterna do pioneiro José Gonçalves Torres e de Josefa de Paiva de Jesus. Este casal foi um grande fornecedor de padres para a Igreja Católica. Senhores da fazenda Alferes das Éguas. Filhos que descobri:
1 – Padre João da Cruz Dantas Barbosa, paroquiou em São Pedro da Uberabinha (Uberlândia). Faleceu aos 14 de fevereiro de 1890, em Estrela do Sul, Minas Gerais;
2 – (Na dúvida porque não é citado no inventário de Dona Rita Gonçalves Torres) Padre Pio Dantas Barbosa, também pároco em São Pedro da Uberabinha, onde faleceu aos 18 de março de 1917;
3 – Padre Saturnino Dantas Barbosa, nascido em 1831 na fazenda Alferes das Éguas, Ribeira do São Pedro em Paracatu; paroquiou em Estrela do Sul por muitos anos, onde faleceu em 01/09/1905. Participou ativamente da política da região, sendo eleito deputado estadual mineiro já no advento da república;
4 - Padre Manoel Dantas Barbosa, que foi vigário em Santa Juliana, Minas Gerais; faleceu alienado em Estrela do Sul em 05/10/1894;
5 – Francisco Dantas Barbosa, nascido em 1830, também viveu em São Pedro de Uberabinha. Foi nomeado oficial de justiça quando da instalação do Fórum local em 1892; casou aos 56 anos em 29 de outubro de 1886 com Teresa Alves de Jesus, filha de José Alves de Amorim e de Bernarda Ferreira de Santana com quem vivia em concubinato, e tiveram vários filhos legitimados com o casamento:
5.1 – Maria, nascida em 20 de julho de 1871;
5.2 – Francisca Dantas Barbosa, nascida em 16 de novembro de 1872 e falecida em 08/05/1946; foi casada duas vezes: 1ªvez em 29/04/1893 com João Ricarte de Oliveira; 2ªvez com o Dr. Duarte Pimentel de Ulhoa, juiz de direito da Comarca de Uberabinha, natural de Paracatu. Filhos do segundo casamento:
5.1.1 – Adelina Pimentel de Ulhoa, falecida em 21/05/1980;
5.1.2 – Duartina Pimentel de Ulhoa;
5.1.3 – Benedita Pimentel de Ulhoa, nascida em 1907 e falecida em 12/01/2003;
5.1.4 – Dr. Domingos Pimentel de Ulhoa, nascido em 1908 e falecido em 14/04/1993; médico pediatra, professor e jornalista, fundador da Faculdade de Medicina de Uberlândia;
5.3 – Rita, nascida em 15 de junho de 1874;
5.4 – Antônia, nascida em 14 de novembro de 1876;
5.5 – Josefa, nascida em 28 de novembro de 1879;
5.6 – João, nascido em 06 de agosto de 1884;
5.7 – Maria, nascida em 23 de outubro de 1887;
6 – Joaquim Félix Dantas Barbosa, casado com Teodora Monteiro da Silva; moradores na fazenda do Alferes;
7 – Antônia Dantas Barbosa, falecida no estado de viúva, em Estrela do Sul em 28/11/1894;
8 – Maria Dantas Barbosa, solteira, com 51 anos em 1881;
9 – Tenente coronel José Antônio Dantas Barbosa. Fazendeiro abastado foi vereador da Câmara Municipal de Paracatu; pai do Padre João Dantas Barbosa Sobrinho, ordenado em Diamantina em 03 de junho de 1871; foi vigário em João Pinheiro; faleceu em Paracatu em 1889;
10 - Josefa Dantas Barbosa, casada com Caetano de Araújo Pereira, moradores nos Carapinas; com descendência;
11 Valentina Dantas Barbosa, viúva em 1881;
12 Tereza Dantas Barbosa, casada com Elias Monteiro da Silva. Filhos:
12.1 Joaquim, com 11 anos;
12.2 Maria;
Fontes:
1 – Arquivo Pessoal;
2 – Livros paroquiais de Uberlândia – online no site familysearch.org.
Março 2015.




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