Pular para o conteúdo principal

TRONCOS PARACATUENSES: SOUSA OSÓRIO

Por José Aluísio Botelho
Família iniciada em Vila Rica (atual Ouro Preto) na segunda metade do século dezoito, com ramificação em Paracatu. O tronco paracatuense deriva do tenente-coronel José Januário de Sousa Osório, militar de linha (carreira) do regimento de cavalaria de Minas Gerais, para lá transferido entre 1823 e 1824, ainda com a patente de Sargento-mor. Em Paracatu, além do exercício do cargo militar, foi vereador entre 1841 e 1848, tendo inclusive ocupado o cargo de Presidente da Câmara; ostentava a comenda de São Bento de Avis. Em 1852 ele ainda vivia, quando batiza uma criança na Matriz de Santo Antonio.
Terceiro entre quatro irmãos, nasceu ele em Vila Rica, onde foi batizado em 06 de novembro de 1774, filho legítimo do português Silvério Anacleto Vilar e Sousa, natural da freguesia de Santa Engrácia, Patriarcado de Lisboa, e de Ana Joaquina de Miranda de Sousa Osório, natural de Vila Rica. Neto paterno de João de Sousa Vilar e de Maria Caetana Osório; neto materno de Manoel Nunes dos Reis Miranda e de Josefa Maria Pires de Carvalho. Silvério Anacleto Vilar e Sousa, que durante muitos anos, exerceu o cargo de oficial Escrivão das Receitas e Despesas de Vila Rica, faleceu em 21/01/1776.
Irmãos:
1 – Cadete Luis Carlos de Sousa Osório, batizado em 10/05/1772, sem mais notícias;
2 – Bernardina de Sousa Osório, nascida em 28/09/1773 e batizada em 24/10/1773, sem mais notícias;
3 – Leocádia Cassimira de Sousa Osório, batizada em 10/10/1775; casou duas vezes em Vila Rica;
4 - Capitão Raimundo Felipe de Sousa Osório e Miranda; casou na capela curada de Rio Verde de Caldas em 29/07/1812 com Tomásia Joaquina Soares, filha de José Soares do Amorim e de Custódia Fernandes da Encarnação.(colaboração de Carlos Henrique)
O coronel José Januário viveu em união consensual com Maria José ou Maria Eulália de Sousa durante muitos anos, cuja união canônica só ocorreu em 04/08/1823 na Matriz de Antonio Dias em Ouro Preto. Em Paracatu, foram moradores no Largo do Santana, onde faleceram; proprietários do sítio da Marmelada de pequena monta. O casal deixou parcos cabedais aos filhos conforme o formal de partilha amigável feito 1857. Filhos descobertos:
1 - Prima Modesta Cassemira de Sousa Osório, exposta em 12/05/1799 em casa de Ana Patrícia Ribeiro, crioula forra, batizada em 21/05 do mesmo ano; ainda vivia em 1857;
2 - Alferes Isaac Newton Januário de Sousa Osório, exposto em casa da dita Ana Patrícia Ribeiro em 10/03/1800 e batizado em 19/03/1800; faleceu em Paracatu em 10/06/1880; casou na então Vila de Paracatu do Príncipe com sua conterrânea Francisca Evarista dos Santos, natural e batizada na freguesia do Pilar de Ouro Preto, filha legítima de Feliciano Quintino da Silva e de Albina Rodrigues; em Paracatu foi homem de governança, juiz de paz e secretário da Câmara Municipal, bem como vereador. Filhos descobertos:
2.1 – Débora Januária de Sousa Osório, nascida em 1835; casou-se em Paracatu em 16/07/1852 com Francisco Pereira da Silva; filhos descobertos:
2.1.1 – Maria, nascida em 12/12/1852 e falecida em 1906; Maria Pereira da Silva ou Maria Pereira de Sousa Osório, mulher solteira que com o Dr. Cristiano de Melo Franco, teve a filha:
2.1.1.1 Pulchéria de Melo Franco, nascida em 31/12/1889, reconhecida e perfilhada em escritura pública de 1891 pelo pai como legítima e instituída sua herdeira universal em testamento. Se tornou uma mulher muito rica em Paracatu. Casada com o português Antônio Vieira Cordeiro.
2.1.2 Manoel Pereira de Sousa Osório, casado no distrito de Correias, Entre-Rios (Ipameri), Goiás;
2.1.3 Secundino Pereira de Sousa Osório casado com Mariana das Neves;
2.2 Júlia Januário de Sousa Osório, nascida em 1836, solteira em 1904;
2.3 Ana Paula de Sousa Osório, falecida solteira em 10/08/1901;
Nota1: no inventário de Ana Paula, são arrolados, também, como herdeiros, os filhos de Ana do Nascimento (viúva), a saber: Bernardo, Belmira, Silvestre, Osias e Carmelinda, menores púberes em 1904.
Nota2: Ana Fernandes do Nascimento, nascida em 1864 (10 anos no inventário do pai em 1874), moradora na fazenda Ponte Nova do Santa Rita, filha legítima de João Fernandes do Nascimento, falecido em 17/10/1874 com monte mor de 22 contos de réis, e de Maria Monteiro dos Santos. Casou-se em 1878 com Ângelo de Sousa Osório, ambos menores de dezoito anos.
2.4 Joana de Sousa Osório. 
Filhos:
2.4.1 Benvinda Belo Soares de Sousa casada com  Herculano Carlos de Moraes;
2.4.2 Benjamin Belo Soares de Sousa casado com Rita Cândida de Jesus;
2.4.3 Belmira Belo Soares de Sousa, moradora em Pouso Alto, Goiás;
2.4.4 Beatriz Belo Soares de Sousa.
2.5 José Januário de Sousa Osório Santos, sem notícias;
2.6 Na dúvida, João José de Sousa Osório.
3 - Luís de Sousa Osório, também exposto na casa de Ana Patrícia Ribeira, batizado em 09/02/1802; este filho não comparece ao formal de partilha em 1857.
4 - Débora Leopoldina de Sousa Osório, exposta a Ana Patrícia Ribeira em 04/03/1808 e batizada em 12/04/1808; casada em Paracatu por volta de 1835 com João da Silva Canedo; filhos:
4.1 – Ambrosina Silva Canedo, batizada em 29/04/1836; falecida em 1867.
4.2 – Carolina Silva Canedo, nascida em 1839, e falecida no estado de solteira em 10/12/1882, citada como filha única.
4.3 – Francisco Silva Canedo, nascido em 15/10/1846; já falecido em 1867.
5 - Lia Tália Sofia de Sousa Osório, sem mais notícias;
6 - José Januário de Sousa Osório Júnior, nascido por volta de 1819; faleceu em Paracatu em 14/09/1879; casado com Júlia de Sousa Osório; descobrimos o filho:
6.1 – José, nascido em 10/02/1855, batizado em perigo de vida.
7 Umbelina Carolina de Sousa Osório, sem mais notícias;
8 Maria Josefina de Sousa Osório, falecida aos 07/03/1867, sem herdeiros necessários.

Faz parte dessa gente, Emílio de Sousa Osório, nascido em 1879, cuja vinculação parental está ainda por estabelecer. Casou ele em 06/09/1900 com Cecília Gonzaga, nascida em 21/08/1883, irmã do emérito paracatuense Olímpio Michael Gonzaga. Emílio de Sousa Osório faleceu de febre amarela em 12/05/1936. Pais de 11 filhos abaixo nomeados, que seguiram a descendência e o sobrenome:
1 – Hercília de Sousa Osório, solteira;
2 – Gastão de Sousa Osório, nascido em 1905; casado com Maria de Lourdes de Melo Franco, filha de Miguel Pimentel de Melo Franco, com descendência;
3 – José de Sousa Osório, casado com Lourdes de Paiva Ribeiro, com descendência;
4 – Dalva de Sousa Osório, falecida solteira em 1917;
5 – Maria de Sousa Osório, nascida em 12/02/1923 e falecida em 30/06/2007; casada em 03/01/1931 com Bernardo Caparucho Filho ( de Melo Franco), nascido em 1910 , filho de Bernardo Caparucho de Melo Franco e de Maria de Melo Franco; filhos:
5.1 – Gelza de Melo Franco, nascida em 25/01/1932; casada sem descendência;
5.2 – Maria José de Melo Franco, nascida em 27/10/1934; casada com descendência;
5.3 – Cecília de Melo Franco, nascida em 04/07/1936; casada com descendência;
5.4 – Divina Quielsita de Melo Franco, nascida em 30/05/1937; casada com Aluízio Torres Brochado, filho de Irineu Torres Brochado, com descendência;
5.5 – Vilma de Melo Franco; casada com descendência;
5.6 – Lana Lúcia de Melo Franco; casada com Leonel Santiago, com descendência;
5.7 – Lucas de Melo Franco; casado com descendência;
5.8 – Lúcio de Melo Franco; casado com descendência;
5.9 – Sérgio Eduardo de Melo Franco; casado com descendência;
6 – Pedro de Sousa Osório, nascido em 1914; casado com descendência;
7 – Dulce de Sousa Osório, nascida em 1917; casada em 1935 com José Jorge Vargas, sem descendência;
8 – Emílio de Sousa Osório; casado com descendência;
9 – Walter de Sousa Osório, nascido em 27/11/1919; casado com descendência;
10 – Irma de Sousa Osório, gêmea; falecida solteira sem descendência;
11 – Ilma do Carmo de Sousa Osório, gêmea da precedente; casada com descendência;
12 – Joana de Sousa Osório, falecida solteira, sem descendência.

Fontes primárias:
1 – Livros paroquiais de Ouro Preto, disponíveis on-line no site familysearch.org;
2 – Livros paroquiais da matriz de Santo Antonio de Paracatu, arquivo do autor destas notas.
3 - Inventário de Ana Paula Osório, 1904, Arquivo Público de Paracatu.
4 - Inventário de João Fernandes do Nascimento: Cx.1875 - Volume 15 - 29/10/1874
Fonte secundária:
1 – Árvore genealógica da Família Gonzaga (1790-1940), por Olímpio Gonzaga, in Revista Genealógica Brasileira, números 15 e 16, 1947.
“Esta é uma obra de genealogia, estando, portanto, sujeita a correções e acréscimos”.

Comentários

Postagens mais visitadas

REIS CALÇADO - UMA FAMÍLIA JUDIA NA PARACATU DO SÉCULO XVIII

Por José Aluísio Botelho  Eduardo Rocha Mauro Cézar da Silv a Neiva   Família miscigenada, de origem cristã nova pela linha agnata originária do Ceará . Pois

ULHOA - ESBOÇO GENEALÓGICO

Por José Aluísio Botelho FAMÍLIA ULHOA, DO VALE DO ULLA NA GALÍCIA ATÉ PARACATU EM  MINAS GERAIS Para saber mais, leia neste blog :  Coronel Sancho Lopes de Ulhoa e seus descendentes A) - Origem do apelido: do rio ULLA, na Galícia, que passou a ser Ulló (olho), depois Ulloa e hoje Ulhoa. Também provêm do hebraico hurscha (floresta) e/ou de uxna, forma adaptada ou corrompida de Yehoshua. 1) - Dom Férnan Sanches de Ulló, o primeiro Ulhoa de que se tem notícia e que viveu pelos anos de 756, visigodo, dono das terras n o vale do rio Ulla; 2) - Dom Lopo Ruiz de Ulló (1120);    Vale do Rio Ulla by Isidro Cea 3) - Dom Fernão Lopes de Ulló (1212), casado com Maria Martinez; 4) - Dom Lopo Sanches de Ulló, casado com Mayor Gomes de T rastamara; 5) - Dom Sancho Lopes de Ulloa, rico homem galego, primeiro Senhor de Vilamayor de Ulloa (barão), casado com Urraca Perez de Sotomayor; para saber mais: Clique na imagem abaixo para adquirir o livro na Amazon.com Clique aqui p...

DONA BEJA E AS DUAS MORTES DE MANOEL FERNANDES DE SAMPAIO

Por José Aluísio Botelho A história que contaremos é baseada em fatos, extraídos de um documento oficial relativo a um processo criminal que trata de um assassinato ocorrido na vila de Araxá em 1836. O crime repercutiu no parlamento do império no Rio de Janeiro, provocando debates acalorados entre os opositores do deputado e ex-ministro da justiça, cunhado do acusado, como se verá adiante. Muitos podem perguntar porque um blog especializado em genealogia paracatuense, está a publicar uma crônica fora do contexto? A publicação deste texto no blog se dá por dois motivos relevantes: primeiro, pela importância do documento, ora localizado, para a história de Araxá como contraponto a uma colossal obra de ficção sobre a personagem e o mito Dona Beja, que ultrapassou suas fronteiras se tornando de conhecimento nacional. Em segundo lugar, porque um dos protagonistas de toda a trama na vida real era natural de Paracatu, e, portanto, de interesse para a genealogia paracatuense, membr...

SÉRIE - PIONEIROS DO ARRAIAL DO OURO 5 - FAMÍLIA SILVA NEIVA

Por José Aluísio Botelho Mauro César da Silva Neiva e Eduardo Rocha No lusco - fusco do arraial de São Luiz e Santana das Minas do  P aracatu, final do século dezoito, que em breve iria administrativamente  se transformar em Vila, passando a se chamar Vila do Paracatu do  Príncipe, dois irmãos, cuja procedência não se sabe, lá se estabeleceram. À época, a mineração se encontrava em franca decadência, e a alternativa era a agropecuária rudimentar, baseada em latifúndios. Portanto, os irmãos em questão, João Lourenço e Lourenço da Silva Neiva, adquiriram terras na fértil região do Pouso Alegre, onde edificaram fazendas de criação de gado, casaram e criaram os filhos, gerando troncos da importante e tradicional família Silva Neiva, que se espalhou pelos arredores e alhures. A naturalidade deles  é desconhecida, porém, tudo leva a crer serem de origem portuguesa. Casaram-se com duas irmãs, com descendência adiante: A – João Lourenço da Silva Neiva, falecido aos 1...

FAMÍLIA GONZAGA

Por José Aluísio Botelho FAMÍLIA GONZAGA – TRONCO DE PARACATU Essa família iniciou-se em 1790, pelo casamento do Capitão Luiz José Gonzaga de Azevedo Portugal e Castro, fiscal da fundição do ouro em Sabará – MG, em 1798, no Rio de Janeiro, com Anna Joaquina Rodrigues da Silva, natural do mesmo Rio de Janeiro, e tiveram oito filhos, listados abaixo: F1 – Euzébio de Azevedo Gonzaga de Portugal e Castro; F2 – Platão de Azevedo Gonzaga de P. e Castro; F3 – Virgínia Gonzaga; F4 – Florêncio José Gonzaga; F5 – VALERIANO JOSÉ GONZAGA; F6 – Luiz Cândido Gonzaga; F7 – José Caetano Gonzaga; F8 – Rita Augusta Gonzaga. F5 - Valeriano José Gonzaga, natural de Curvelo,Mg, nascido em 21.07.1816 e falecido em 1868 em Paracatu, casou em 21.07.1836, com Felisberta da Cunha Dias, nascida em 15.08.1821 e falecida em 10.08.1910, natural de Curvelo; foi nomeado Tabelião de Paracatu, tendo mudado para o lugar em 1845, aonde tiveram os filhos: N1 - Eusébio Michael Gonzaga, natural de ...

OS ROCHA DE ÁGUA BRANCA, ALAGOAS À PARACATU, MINAS GERAIS

José Aluísio Botelho Eduardo Rocha*  O Major da Guarda Nacional Manoel Caetano Pereira da Rocha foi o iniciador da família em Paracatu. O patriarca  Natural de Água Branca, estado de Alagoas, aonde nasceu em 1844, filho de Caetano Pereira da Rocha e de Maria Rita da Conceição. Veio para Paracatu em 1869, com pouco mais de vinte anos, recomendado ao seu parente o cônego Miguel Arcanjo de Siqueira Torres, também natural de Água Branca, vigário geral da freguesia de Santo Antonio da Manga de Paracatu desde 1845, pouco mais. Era, portanto, aparentado dos Siqueira Torres que também vieram para a região, principalmente para o então distrito de Capim Branco, hoje Unaí. Manoel Caetano ao longo dos anos teve êxito nos negócios, participando ativamente da vida política e social da cidade; ocupou cargos de vereança, foi agente executivo municipal entre 1892 e 1894, bem como chefe político do Partido Liberal aliado aos seus conterrâneos Siqueira Torres, em oposição ao Pa...