Pular para o conteúdo principal

ROCHAS PIONEIROS: DA CABECEIRA DO RIO SÃO MARCOS À UNAÍ



 Por José Aluísio Botelho

Francisco José da Rocha, natural da freguesia de São Lourenço de Carrapichana da Vila de Linhares, bispado de Guarda, Portugal, filho
legítimo de José Pedro da Costa e de Dona Margarida Rodrigues da Rocha, veio para as minas nos seus primórdios, aonde casou com Maria Lopes da Conceição. Faleceu em 03 de outubro de 1820 e instituiu seu filho padre Ricardo José da Rocha como seu herdeiro universal. Em 1786, requer e obtém carta de sesmaria, expedida pelo Governador e Capitão General da capitania de Goiás e Minas - trechos: "Tristão da Cunha Menezes do Conselho de sua majestade fidelíssima faz saber...minha Carta de Sesmaria...por petição de Francisco José da Rocha, morador no arraial de Paracatu que se achava arranchado com casas, currais e roças na paragem chamada de São Marcos...com três léguas de cumprido e uma de largo, confinando por um lado com o córrego chamado de Água Fria, e Ribeirão do Imbirunu, e pelo poente com o Rio São Marcos..."
Filhos descobertos:
1 – Ricardo José da Rocha, casado com Dona Maria José de Oliveira, falecida em 28/01/1820; após a morte da esposa, ordenou-se padre. O padre Ricardo já era falecido em 1836; foi senhor e possuidor da fazenda do Rocha, geograficamente localizada rumo às cabeceiras do Rio São Marcos, fregueses da capela da ribeira do São Pedro. Filhos lá batizados:
1.1 – José, nascido em 25/06/1805 e batizado em 04/07 do dito ano; José Pedro da Rocha, casado;
1.2 – Francisco José da Rocha, nascido em 1813; casado em 25/06/1841 com Francisca Rodrigues Barbosa, nascida em 1827, filha de Manoel Rodrigues Barbosa e de Joana de Araújo Pereira Botelho; foi fazendeiro em Unaí; filhos descobertos, batizados na Capela da Ribeira do São Pedro:
1.2.1 – Francisca, nascida em 04/10/1853;
1.2.2 – Maria, nascida em 08/10/1855;
1.3 – Mariana José da Rocha, nascida em 10/09/1815;
1.4 – Manoel da Rocha de Oliveira ou Manoel José da Rocha declara ter 25 anos em 24/07/1841, quando casa com Caetana Dantas de Oliveira, de 28 anos, filha de Caetano Dantas de Oliveira e de Joana Gomes Camacho; Moradores na fazenda Cachoeira; filhos descobertos, batizados na Ribeira do São Pedro:
1.4.1 - Alcino José da Rocha, nascido em 1845;
1.4.2 – João, nascido em 29/03/1846;
1.4.3 - Caetano José da Rocha, nascido em 1849;
1.4.4 – Ricardo, nascido em 09/11/1855;
1.5 – Antonio José da Rocha declara ter 30 anos por ocasião de seu casamento em 16/02/1847 com Benedita Pereira de Oliveira, filha de Joaquim Machado e de Nicácia Pereira de Oliveira.
Filhos descobertos:
1.5.1 - Reginaldo José da Rocha;
1.5.2 - Ricardo José da Rocha;
2 – Antão José da Rocha, falecido em 24/07/1844; casou em 04/10/1834 com Angélica Ribeiro de Vasconcelos, filha legítima de Francisco Caetano de Vasconcelos e de Ana Joaquina da Silva. Nota: segundo a historiadora Maria Gonçalves Torres em seu livro “Hunay de ontem e Unaí de hoje”, relata ter sido ele o iniciador da família em Unaí, bem como ter se casado duas vezes; sem referir os nomes das esposas, declina nomes dos filhos de ambos os casamentos, abaixo nomeados. Relata ainda a historiadora ter ele se ordenado padre após a segunda viuvez, porém não encontramos nenhum documento de fonte primária que comprovasse sua afirmativa.
Na dúvida:
Do primeiro leito:
2.1 – Maria José;
Do segundo leito, provavelmente com Angélica Ribeiro de Vasconcelos:
2.2 – Francisco José;
2.3 – Pedro;
2.4 – Ana;
2.5 – Margarida;
3 - José Francisco da Rocha, casado com Maria Gomes dos Santos; filha descoberta:
3.1 - Maria, nascida em 16/07/1814; foi batizada em 01/08/1814 na capela da Ribeira de São Pedro.

Fontes primárias:
1 - Livros paroquiais da matriz de Santo Antonio de Paracatu;
Fonte secundária:
2 - “Hunay ontem, Unaí hoje”, de Maria Gonçalves Torres.
“Esta é uma obra de genealogia, estando, portanto, sujeita a correções e acréscimos.”

Comentários

Postagens mais visitadas

DONA BEJA E AS DUAS MORTES DE MANOEL FERNANDES DE SAMPAIO

Por José Aluísio Botelho A história que contaremos é baseada em fatos, extraídos de um documento oficial relativo a um processo criminal que trata de um assassinato ocorrido na vila de Araxá em 1836. O crime repercutiu no parlamento do império no Rio de Janeiro, provocando debates acalorados entre os opositores do deputado e ex-ministro da justiça, cunhado do acusado, como se verá adiante. Muitos podem perguntar porque um blog especializado em genealogia paracatuense, está a publicar uma crônica fora do contexto? A publicação deste texto no blog se dá por dois motivos relevantes: primeiro, pela importância do documento, ora localizado, para a história de Araxá como contraponto a uma colossal obra de ficção sobre a personagem e o mito Dona Beja, que ultrapassou suas fronteiras se tornando de conhecimento nacional. Em segundo lugar, porque um dos protagonistas de toda a trama na vida real era natural de Paracatu, e, portanto, de interesse para a genealogia paracatuense, membr

LIVRO DE GENEALOGIA PARACATUENSE

Apresentamos aos nossos leitores, em formato impresso e também no e-book, livro que conta de maneira resumida a história de Paracatu, bem como a genealogia da família Botelho e suas alianças com as principais troncos familiares que lá fincaram raízes, bem como as trajetórias de ascensão social, política e econômica desses grupos familiares hegemônicos. Clique na imagem abaixo para adquirir o livro na Amazon.com Clique aqui para visualizar uma prévia do livro.

NETOS DE DONA BEJA - BATISMOS

Por José Aluísio Botelho Disponibilizamos as imagens de assentos de batismos de três netos de Dona Beja, acrescidos dos outros netos, bem como parte da descendência, de acordo com os documentos localizados, filhos de Joana de Deus de São José e do coronel Clementino Martins Borges. Nota: nada se sabe acerca da ascendência de Clementino Martins Borges, embora seu sobrenome é largamente difundido na região do triangulo mineiro e alto paranaíba. Sabe-se que ele faleceu em Estrela do Sul em novembro de 1910 em avançada idade. Alguém tem alguma pista? Batismo de Joana de Deus: "Aos 14 dias domes de Julho de 1838 o Rdo. Pe. José Ferreira Estrella Baptizou solenemente aingnocente Joanna, fa. natural de Anna Jacinta de Sam Jose forão P.P. o coronel João Jose Carneiro de Mendonça e o Alferes Joaquim Ribeiro da Silva epara constar mandei fazer este acento eque assigno. Araxa era supra".  Fonte: Revista O Trem da História, edição 49. Nota: os outros netos de Beja, filhos de Tereza T

FAMÍLIA GONZAGA

Por José Aluísio Botelho FAMÍLIA GONZAGA – TRONCO DE PARACATU Essa família iniciou-se em 1790, pelo casamento do Capitão Luiz José Gonzaga de Azevedo Portugal e Castro, fiscal da fundição do ouro em Sabará – MG, em 1798, no Rio de Janeiro, com Anna Joaquina Rodrigues da Silva, natural do mesmo Rio de Janeiro, e tiveram oito filhos, listados abaixo: F1 – Euzébio de Azevedo Gonzaga de Portugal e Castro; F2 – Platão de Azevedo Gonzaga de P. e Castro; F3 – Virgínia Gonzaga; F4 – Florêncio José Gonzaga; F5 – VALERIANO JOSÉ GONZAGA; F6 – Luiz Cândido Gonzaga; F7 – José Caetano Gonzaga; F8 – Rita Augusta Gonzaga. F5 - Valeriano José Gonzaga, natural de Curvelo,Mg, nascido em 21.07.1816 e falecido em 1868 em Paracatu, casou em 21.07.1836, com Felisberta da Cunha Dias, nascida em 15.08.1821 e falecida em 10.08.1910, natural de Curvelo; foi nomeado Tabelião de Paracatu, tendo mudado para o lugar em 1845, aonde tiveram os filhos: N1 - Eusébio Michael Gonzaga, natural de

FAZENDAS ANTIGAS, SEUS DONOS E HERDEIROS EM PARACATU - 1854 E 1857.

Por José Aluísio Botelho                A LEI DE TERRAS DE 1850 Desde a independência do Brasil, tanto o governo imperial, como os governos republicanos apresentaram inúmeros projetos legislativos na tentativa de resolver a questão fundiária no Brasil, bem como regularizar as ocupações de terras no Brasil. A lei da terra de 1850 foi importante porque a terra deixou de ser um privilégio e passou a ser encarada como uma mercadoria capaz de gerar lucros. O objetivo principal era corrigir os erros do período colonial nas concessões de sesmarias. Além da regularização territorial, o governo estava preocupado em promover de forma satisfatória as imigrações, de maneira a substituir gradativamente a mão de obra escrava. A lei de 1850, regulamentada em 1854, exigia que todos os proprietários providenciassem os registros de suas terras, nas paróquias municipais. Essa lei, porém, fracassou como as anteriores, porque poucas sesmarias ou posses foram legitimadas, e as terras continuaram a se

OS MELO FRANCO

Por José Aluísio Botelho Família de origem portuguesa, cujo fundador no Brasil, João de Melo Franco, que veio para o Brasil aos 30 anos de idade, partindo de Lisboa, onde aprendeu o ofício de Fundidor de cobre, rumo ao Rio de Janeiro; em 1755 já estava no arraial de São Luiz e Santana das Minas do Paracatu. Era natural da freguesia de Nossa Senhora da Purificação, lugar de Bucelas, patriarcado de Lisboa, filho legítimo de José da Costa Franco e de sua mulher Paula Maria de Oliveira. Nasceu a 7 de outubro de 1721, e faleceu em Paracatu em 1796. Casou aí, com Ana de Oliveira Caldeira, natural de Cotia, São Paulo, onde nasceu a 5 de abril de 1739, filha legítima de Antonio de Oliveira Caldeira, nascido a 24 de setembro de 1708 em Santos e de Josefa Nunes da Costa, nascida a 26 de fevereiro de 1722 em Cotia.  Curiosidade: segundo Afonso Arinos de Melo Franco, João de Melo Franco ditou seu testamento ao seu escravo Serafim de Melo Franco, que o redigiu. Abaixo o assento de batism