ARRAIAL DE SÃO LUIZ E SANTANA DAS MINAS DO PARACATU - SÉRIE TRONCOS PIONEIROS 1 - SIMÕES DA CUNHA/DUARTE COIMBRA
José Aluísio Botelho
Embora a escassez de documentos de fontes primárias, tais como
registros paroquiais e testamentos/inventários, tanto na matriz como no Arquivo
Público de Paracatu, não permitindo pesquisas mais aprofundadas, nos foi possível disponibilizar
aos nossos leitores e seguidores do blog, alguns sobrenomes familiares que se
iniciaram nos primórdios do arraial de São Luiz e Santana das Minas do
Paracatu. De acordo com o que conseguimos obter e extrair dos poucos livros
paroquiais existentes na igreja de Santo Antonio de Paracatu, muito
fragmentados e incompletos, dificultando a elaboração da descendência destes
pioneiros, passamos a publicar, em série, um esboço genealógico dessas
famílias. Também não poderíamos deixar de mencionar e chamar a atenção (até
porque, Paracatu foi uma das cidades mineiras que mais se miscigenou ao longo
de sua história), para as características da miscigenação de algumas famílias ocorrida já nos
primórdios da povoação. Com a propagação da notícia do novo descoberto, acorreu
para a região gente de todas as partes do Brasil colônia e de Portugal,
notadamente, portugueses da região do Minho, norte daquele país, na totalidade homens
brancos, a maioria solteira, com idade média de trinta anos. Ao chegarem ao seu
destino, eles procuravam logo se casar e constituir famílias, mas, devido à
escassez de mulheres, principalmente mulheres brancas, se uniam a mulheres
negras ou pardas, na maioria dos casos em concubinato, vindas de suas escravatura ou não, a quem alforriavam com o nascimento dos filhos. Outra
característica desse processo era que essas uniões não eram exclusivas das
camadas mias pobres da zona mineradora, alcançando mesmo os mais ricos e
poderosos. Começamos a série com a apresentação dos troncos familiares de dois
portugueses, bafejados pela fortuna do ouro, e que já na sua origem nasceram
miscigenadas.
Por fim, o objetivo deste trabalho é de despertar o interesse dos descendentes no conhecimento de seus antepassados, bem como permitir que as próximas gerações conheça os seus ascendentes, fomentando as pesquisas e aprofundando o conhecimento dessas famílias.
Agradecemos a ajuda inestimável do pesquisador paracatuense Eduardo Rocha, que localizou e reproduziu os documentos paroquiais, tanto no Arquivo Público, como na Matriz de Santo Antonio de Paracatu, e que nos cedeu gentilmente cópias dos mesmos, o que facilitou o nosso trabalho de tabulação dos dados e a produção dos textos em série.
Por fim, o objetivo deste trabalho é de despertar o interesse dos descendentes no conhecimento de seus antepassados, bem como permitir que as próximas gerações conheça os seus ascendentes, fomentando as pesquisas e aprofundando o conhecimento dessas famílias.
Agradecemos a ajuda inestimável do pesquisador paracatuense Eduardo Rocha, que localizou e reproduziu os documentos paroquiais, tanto no Arquivo Público, como na Matriz de Santo Antonio de Paracatu, e que nos cedeu gentilmente cópias dos mesmos, o que facilitou o nosso trabalho de tabulação dos dados e a produção dos textos em série.
SIMÕES DA CUNHA
Família principiada com a miscigenação do europeu branco, português,
com uma negra africana, escrava do dito senhor, alforriada após o nascimento
dos filhos.
O capitão-mor Clemente Simões da Cunha, natural da freguesia de Santa
Marta do Portuzelo da vila de Viana, Viana do Castelo, onde nasceu aos
02/06/1716, tendo sido batizado aos 11 do dito mês e ano, filho legítimo de
Domingos Simões da Cunha e Fulana Gonçalves. Chegou ao arraial de São Luiz e Santana
das Minas do Paracatu, no seu primórdio, e bafejado pela fortuna obtida na
extração do ouro, tornou-se um dos homens abastados e influentes do lugar. Sua fortuna dissipou rapidamente na descendência. Com
Bernarda do Espírito Santo, crioula forra, teve os filhos, dentre outros:
1 – Padre Domingos Simões da Cunha, nascido por volta de 1750;
2 – Rosa Maria da Cunha, casada com José Gonçalves Martins, natural da
terra do seu sogro, Santa Maria do Portuzelo, filho legítimo de Domingos
Gonçalves Martins e Maria Parente. Filhos descobertos:
2.1 Clemente Gonçalves Martins, nascido em 05/06/1774 e batizado aos 20 do dito mês e
ano; foi casado com Rosa Teixeira de Carvalho;
2.2 Ana Gonçalves Martins, nascida em 1775; solteira e sem filhos em 1819;
2.3 Domingos Gonçalves Martins, nascido em 13/09/1777;
2.4 Izabel, nascida em 25/08/1780; não é citada entre os herdeiros da mãe em 1819;
2.4 Izabel, nascida em 25/08/1780; não é citada entre os herdeiros da mãe em 1819;
3 – Com a escrava Efigênia, teve o filho Padre Baltazar Simões da Cunha, batizado em 16/07/1758, alforriado na pia batismal pelo pai, o capitão Clemente Simões da Cunha.
4 - Efigênia Maria da Cunha, casada com Francisco de Sousa Coimbra. Filhos descobertos:
4 - Efigênia Maria da Cunha, casada com Francisco de Sousa Coimbra. Filhos descobertos:
4 - 1 Thomaz Simões da Cunha, casado com Dionísia Maria da Conceição; filho, dentre outros:
4-1-1 Simplício Simões da Cunha, casado com Rosa Gonçalves de Noronha; filhos:
4-1-1-1 Josefa Simões da Cunha;
4-1-1-2 Maria Anacleta da Cunha, falecida em sua casa na Rua da Capelinha em Paracatu aos 27/06/1915; casou-se duas vezes: primeira vez com seu primo João Espiridião Simões da Cunha, falecido em 06/04/1861 aos 33 anos, filho de Luiz Antônio da Cunha e de Maria da Cunha; segunda vez com seu cunhado, meio irmão de João Espiridião, Félix Simões da Cunha, filho de Ana Igídia de Miranda.
Sobre João Espiridião da Cunha: natural do distrito da Catinga, termo dos Alegres, hoje João Pinheiro, filho natural de Luiz Antônio da Cunha, falecido em 1857, e de Maria da Cunha; neto paterno do João de Oliveira Paes e de Francisca Luísa da Cunha. Herdou do pai Luiz Antônio considerável extensão de terras e gado, meados com seu meio-irmão Félix Simões da Cunha. Luiz Antônio da Cunha reconheceu os dois filhos em escritura pública e em seu testamento, ao qual tivemos acesso.
Inventário: 2ª Vara cx. 1861.
Filhos da primeira cama:
1 Tertuliana Simões da Cunha, casada com Teodoro Fernandes Pinto, no Capão Redondo.
Filhos:
1.1 Regozina Fernandes Pinto, no Capão Redondo;
1.2 Anélia Fernandes Pinto casada com Horácio José Braga, no Capão Redondo;
1.3 Carolina Fernandes Pinto, no Capão Redondo;
1.4 Constantina Fernandes Pinto, no Capão Redondo
2 Guilhermina Simões da Cunha, casada com Thomaz Antônio Gonçalves. Geração nos Gonçalves de Noronha.
3 Laurentina Simões da Cunha: não comparece no inventário da mãe em 1915;
4 Luíza Simões da Cunha, casada com José Pedro Martins. Geração nos Gonçalves de Noronha.
5 Espiridião Simões da Cunha Júnior falecido em 1918; casado duas vezes: 1.ª vez com Militana Marques de Medeiros, falecida em 1896; 2.ª vez em 1897 com Elvina Saraiva de Melo.
Filhos da primeira cama:
5.1 Libânia Simões da Cunha;
5.2 Maria Simões da Cunha;
5.3 Luís Simões da Cunha.
Filhos da segunda cama:
5.4 Espiridião Simões da Cunha;
5.5 Romualdo Simões da Cunha;
5.6 Carmelita Simões da Cunha;
5.7 Antônio Simões da Cunha;
5.8 José Simões da Cunha;
5.9 Osvaldo Simões da Cunha, filho póstumo.
6 Ana Roberta Simões da Cunha, casada com Moisés Fernandes da Silva.
Filhos:
6.1 Maria Ferreira da Silva, moradora em Ribeirão Preto, SP;
6.2 Alírio Ferreira da Silva, casado com Ana Vilela, moradores em Ribeirão Preto, SP;
6.3 Alice Ferreira da Silva, casada com o Doutor Pedro Licínio de Miranda Barbosa, moradores em Alto do Rio Doce de Minas;
6.4 Maria Ferreira da Silva, casada com Adolfo Terra, moradores em Uberaba, MG;
6.5 Júlia Ferreira da Silva, casada com José Marques de Oliveira, moradores em Paracatu;
6.6 Félix Ferreira da Silva, solteiro e soldado em São Paulo;
6.7 Hipólita Ferreira da Silva, solteira, moradora em Alto do Rio Doce em companhia da irmã.
7 Félix Simões da Cunha, casado com Celestina Evangelista de Sousa, falecida em 28/01/1919, filha natural e reconhecida judicialmente, de Luiz Marques de Medeiros, falecido em 1917 .
Filhos:
7.1 Georgina Simões da Cunha, com 27 anos em 1919, solteira;
7.2 Laurentina Simões da Cunha, de 26 anos, casada com Anselmo Pereira Lisboa;
7.3 Augusta Simões da Cunha, de 25 anos, casada com Cícero Antão de Melo;
7.4 Sancha Simões da Cunha, de 21 anos, solteira;
7.5 Maria Joana Simões da Cunha, de 20 anos, solteira;
7.6 Olegário Simões da Cunha, de 18 anos, solteiro;
7.7 Maria Simões da Cunha, de 17 anos, solteira.
Dona Maria Anacleta da Cunha teve ainda uma filha natural, Izaura da Cunha, falecida antes da mãe e representada pela sua filha Maria Roriz Meireles casada com Jaime Meireles.
Félix Simões da Cunha teve ainda outros três filhos falecidos antes do inventário: Crispiniano, Maria e Sancho.
Fontes: Inventários: 2.ª Vara - cx. 1861/Volume 07 e 2.ª Vara - caixa 1916/Volume 16. 1.ª Vara - cx. I-31/1923
4-1-1-3 Hipólita Simões da Cunha;
4 - 2 Clemente Lopes da Cunha;
4 - 3 Ana Maria dos Anjos, falecida em 15/06/1823, casada com Antônio José Tinoco. Filhos:
4 -3 - 1 a 8 Francisco, 26 anos; Joaquim, 19 anos; João, 16 anos; Firmiano, 14 anos; Simão, 12 anos; Bonifácia, 10 anos; Manoel, 8 anos; Ana, 5 anos.
Fonte da imagem: Registros paroquiais da freguesia de Santa Maria do Portuzelo, Viana do Castelo - www.tombo.pt/
DUARTE COIMBRA
DUARTE COIMBRA
Família também fruto da miscigenação nos primórdios de Paracatu.
O guarda mor e coronel comandante da arma de infantaria, do batalhão do continente do Paracatu,
Teodósio Duarte Coimbra, natural do lugar de Carapinhas, distrito de Guarda,
norte de Portugal, igualmente chegou ao nascente arraial em busca de riquezas. Logrou
êxito nos seus garimpos, enriquecendo na extração do ouro. Considerado um dos
potentados do arraial, obteve patente de coronel de milícias, e a partir da
década de 1760 foi nomeado Guarda mor das Minas do Paracatu, cargo que exerceu até
sua morte em 1796; foi juiz ordinário e vereador por várias vezes. Nunca casou,
mas deixou descendência com Quitéria da Conceição, parda forra, natural do Rio
de Janeiro. Só descobrimos uma filha do casal:
1 – Ana Duarte Coimbra, casada com o português Nicolau Pereira de Brito,
filho de Antonio Pereira de Brito e de Brízida Lopes; filhos descobertos:
1.1 – Teodósio Duarte Coimbra, nascido em 1772;
1.2 – Joaquim Duarte Coimbra, batizado em 06/12/1773;
1.3 – Miguel Duarte Coimbra, nascido em 08/05/1776.
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